Moro diz que ações são 'castelo de cartas' e evita perguntas do PL e do PT
O senador Sergio Moro afirmou que as duas ações que pedem a cassação de seu mandato são "castelos de cartas" e que os gastos apontados como suposto caixa dois não tiveram relação com a eleição.
O que aconteceu
Moro ((União-PR) falou com jornalistas após deixar a sede do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, em Curitiba. Ele depôs por cerca de 45 minutos e só respondeu a perguntas feitas pelo juiz do caso.
O senador disse que preferiu comparecer ao depoimentos para "esclarecer" as dúvidas no processo. Sua presença na oitiva era opcional.
"Essas ações são verdadeiros castelos de cartas", disse Moro. "Eles começam falando levianamente de caixa dois, que teria um monte de ilicitude. Nada disso foi comprovado, até porque nada disso existe. Todos os gastos que foram feitos são gastos declarados", afirmou.
Ele foi ouvido em duas ações que o acusam de abuso de poder econômico. Os processos foram movidos pelo PL e pela federação Brasil da Esperança, formada por PT, PV e PCdoB —por tratarem do mesmo tema, elas foram unificadas e tramitam em conjunto.
Os partidos afirmam que Moro obteve uma vantagem indevida na disputa. Para as legendas, a pré-campanha do ex-juiz da Lava Jato gastou mais de R$ 2 milhões, o que teria lhe dado vantagem na corrida pelo Senado.
Entre as despesas questionadas nas ações estão a compra de um carro blindado e gastos com segurança. Moro afirmou que os gastos não tiveram impacto na campanha.
Quando se vai ver os detalhes deste caso, o que você tem é um monte de nada. É um grande castelo de cartas que começamos a desmontar hoje.
Fui juiz da Lava Jato, vim para o Brasil para uma eleição altamente polarizada, na qual um candidato chegou a até ser esfaqueado, e coloquei como condição necessária que houvesse segurança, que houvesse esse cuidado
Andar com segurança não traz nenhuma vantagem competitiva em eleições. Pelo contrário, a pessoa fica como antipática para o eleitor.
Sergio Moro, senador, sobre processo que pode levar à cassação
Apenas perguntas do juiz
Moro só respondeu às perguntas feitas pelo desembargador Luciano Carrasco Falavinha, relator das ações. O senador se recusou a responder as perguntas elaboradas pela equipe jurídica do PL e da federação Brasil da Esperança.
Em nota, a defesa do ex-juiz disse que a oitiva foi importante para demonstrar a tentativa dos partidos em inflar os gastos de campanha de Moro.
"Seguiremos comprovando nas alegações finais que 98% daquilo que os partidos autores apresentaram deve ser descartado. E o que sobra não representa abuso nenhum. A eleição do senador Moro foi legal e legítima", escreveu o advogado Gustavo Guedes, que defende Moro.
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