Conteúdo publicado há 10 meses

Thammy Miranda diz que vai retirar apoio a CPI que mira padre Julio

O vereador Thammy Miranda (PL) disse nesta quinta-feira (4) que o nome de padre Julio Lancellotti "em nenhum momento foi citado" pedido de criação de uma CPI que quer investigar o trabalho de ONGs e do próprio pároco com a população em situação de rua e dependentes químicos na região da cracolândia. O parlamentar afirmou que vai retirar seu apoio à proposta.

O que aconteceu

Thammy Miranda se disse vítima de "uma grande fake news". A declaração foi dada em vídeo publicado no Instagram.

Nome de padre não foi citado, segundo o vereador. Thammy destacou que o requerimento de CPI apenas cita ONGs que atuam na cracolândia e recebem "financiamento público".

Parlamentar criticou o autor da proposta de CPI, o vereador Rubinho Nunes (União Brasil). Thammy Miranda declarou que o colega de Câmara "está fazendo campanha política" com a comissão. Por outro lado, elogiou a atuação de padre Julio: "Está lá para ajudar as pessoas, estamos do mesmo lado".

Em nenhum momento o nome do Padre Júlio Lancelloti foi mencionado, direta ou indiretamente, nesse apoiamento à CPI. O que existe é político fazendo politicagem e vocês estão caindo no papo deles. É isso o que eles querem, tirar o foco deles e colocar o foco em quem chama atenção. E aí estão usando a minha imagem para disseminar uma fake news. Em nenhum momento eu vou permitir que faça um massacre com o padre Júlio Lancellotti
Thammy Miranda, em vídeo no Instagram

CPI das ONGs

A CPI deve ter início em fevereiro, após o fim do recesso parlamentar. Um dos idealizadores do MBL (Movimento Brasil Livre), Rubinho Nunes diz que o objetivo da CPI é investigar o trabalho de ONGs que atuam na região central de São Paulo, em especial a cracolândia. Nunes tem direcionado suas críticas sobretudo ao padre Julio, que tem um longo histórico de auxiliar as pessoas em situação de rua e dependentes químicos.

Padre Julio reagiu à possível aprovação da CPI das ONGs. Em nota publicada nas redes sociais, o pároco afirmou na quarta-feira (3) que seu trabalho com a população em situação de rua e dependentes químicos não depende de convênio com o município.

O pároco é coordenador da Pastoral do Povo de Rua, ligada à Arquidiocese de São Paulo. Lancellotti também declara que o seu trabalho com esse público ação não tem vínculo com as atividades que constituem o objetivo do requerimento aprovado para a criação da CPI.

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Esclareço que não pertenço a nenhuma organização da sociedade civil ou organização não governamental que utilize de convênio com o poder público municipal. Padre Julio Lancelotti

Vereador busca antagonismo com padre

"Qual o problema de investigar?", pergunta autor do pedido de CPI. Em vídeo divulgado nas redes sociais, o Nunes afirmou que a comissão investigará o trabalho do padre Julio Lancellotti e ONGs que atuam no Centro de São Paulo e recebem recursos públicos.

Vereador atribui expansão da cracolândia à ação de ONGs. Segundo Nunes, a atuação dos grupos é alvo de queixa dos moradores do Centro há tempos. Ele disse que a distribuição de cachimbos e outras ações de redução de danos são "estúpidas", porque fornecem itens que são trocados por drogas pelos dependentes químicos.

CPI só depende de ok dos vereadores para começar, diz Nunes. Ele protocolou o pedido de abertura da comissão no começo de dezembro com o apoio de 24 vereadores — seis a mais do que o necessário. Agora, o início dos trabalhos só depende da aprovação em plenário com 28 votos, que deve acontecer.

Fornecer cachimbo para o dependente químico é completamente estúpido, porque isso vira uma moeda que é trocada por mais droga e incentiva que as pessoas sigam na cracolândia. A oferta de tratamento médico qualificado é um caminho bem mais eficaz e interessante para resolver o problema.
Rubinho Nunes (União Brasil), vereador em São Paulo

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