Cadeira do Império, tapeçaria recuperada: os preparativos para o ato do 8/1

Evento que marca um ano dos atos golpistas do 8 de janeiro terá tapeçaria histórica restaurada, cadeiras do Império e união dos três Poderes.

O que aconteceu

A tapeçaria de Burle Marx vandalizada será reintegrada ao patrimônio público de maneira simbólica durante a cerimônia "Democracia Inabalada". O restauro foi necessário após manifestantes urinarem e rasgarem a obra, que ficava exposta na parede do Salão Negro do Congresso. Ela retornará oficialmente para o mesmo lugar, na próxima segunda-feira (8).

Os chefes dos três Poderes vão discursar no evento. O ato foi organizado conjuntamente pelo Palácio do Planalto, pelo Congresso Nacional e pelo STF (Supremo Tribunal Federal). São esperadas aproximadamente 500 pessoas para a cerimônia.

O próprio presidente Lula (PT) convocou as autoridades. Várias delas, como o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), interromperão viagens pessoais para estarem em Brasília nesse dia.

5.jan.2024 - Cadeiras da época do Brasil Império que serão usadas na cerimônia que marca um ano do 8/1
5.jan.2024 - Cadeiras da época do Brasil Império que serão usadas na cerimônia que marca um ano do 8/1 Imagem: Gabriela Vinhal/UOL

Eles vão se sentar em cadeiras do tempo do Império. A estrutura do palco para os discursos foi cedida pelo Planalto. Já as cadeiras são do Congresso Nacional. Uma delas foi alvo de vandalismo pelos golpistas que entraram na sede do Legislativo, segundo informações do Museu do Senado.

A segurança foi reforçada. São cerca de 2.000 agentes da Polícia Militar do Distrito Federal e 250 da Força Nacional fazendo patrulhamento. A Esplanada dos Ministérios deverá ficar parcialmente fechada e o efetivo da Polícia Legislativa também atuará na segurança.

5.jan.2024 - Montagem para a cerimônia do 8/1 no Congresso
5.jan.2024 - Montagem para a cerimônia do 8/1 no Congresso Imagem: Gabriela Vinhal/UOL

'Cicatrizes' em objetos históricos

No Salão Verde da Câmara, será inaugurada uma exposição. Ela reúne fotos dos atos golpistas e objetos que foram danificados pelos vândalos. Apesar de terem sido restaurados, o objetivo principal da organização foi manter as "cicatrizes" para que não fosse esquecido o vandalismo.

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Estrutura foi montada dias antes. Na sexta (5), já estavam no local a tapeçaria e a réplica da Constituição Federal, furtada da sede do STF.

A entrega simbólica da réplica da Carta Magna será o encerramento da cerimônia. O livro foi recuperado sem qualquer dano pela Polícia Federal, em São Lourenço (MG).

5.jan.2024 - Exposição no Congresso que marca um ano dos atos golpistas; o evento vai mostrar alguns objetos furtados ou vandalizados no 8/1
5.jan.2024 - Exposição no Congresso que marca um ano dos atos golpistas; o evento vai mostrar alguns objetos furtados ou vandalizados no 8/1 Imagem: Gabriela Vinhal/UOL

Quem estará presente

A cúpula do poder político em Brasília vai ao evento. Estarão ao lado do presidente Lula, a primeira-dama, Janja da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e sua mulher, Lu Alckmin, além dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco.

Judiciário marca presença em peso. Também participarão o procurador-geral, Paulo Gonet, a ex-ministra do STF que presidia a Corte na época dos ataques, Rosa Weber, e o atual presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, além do presidente do TSE, Alexandre de Moraes.

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Petista e catadora também estarão no palco. A integrante do Movimento Catadores do DF Aline Sousa, que entregou a faixa presidencial a Lula durante sua posse, em 2023, vai compor o palco como representante da sociedade civil. Já a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT-RN), foi escolhida para representar os mandatários de todo o Brasil.

Hino cantado por ministra. Na abertura do ato, será executado o Hino Nacional pela cantora e ministra da Cultura, Margareth Menezes. Depois isso, as autoridades farão um discurso pela defesa da democracia e do patrimônio público.

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Imagem: Gabriela Vinhal/UOL

Relógio do século 17 e obra do Di Cavalcanti

Durante os ataques, os golpistas destruíram janelas, cadeiras, documentos, obras de arte e itens históricos, avaliados em milhares de reais

O prejuízo financeiro aos cofres públicos é estimado em ao menos R$ 20 milhões, segundo informações da Folha. Só o da Suprema Corte ultrapassa os R$ 11 milhões.

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Na lista dos itens destruídos, entre presentes, obras e mobília, estão:

  • um relógio do século 18 que veio para o Brasil com a família real portuguesa, que ficava no terceiro andar do Planalto;
  • a tela "As Mulatas", do pintor Di Cavalcanti, que também ficava no Planalto, foi furada pelos golpistas. A obra é uma das mais importantes do artista e o valor está estimado em R$ 8 milhões;
  • cadeiras dos ministros do STF;
  • portas do armário das togas do ministro do STF Alexandre de Moraes;
  • plenário do Supremo;
  • Mobiliário do Planalto, Congresso e STF

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