Quem é Rubinho Nunes, vereador de SP que propôs CPI que mira padre Júlio
Responsável por protocolar o pedido para criar uma CPI para investigar ONGs que atuam na "cracolândia", o vereador de São Paulo Rubinho Nunes (União) já propôs restringir a distribuição de alimentos para moradores de rua.
Quem é Rubinho Nunes
Rubinho ficou conhecido por ser um dos fundadores do MBL (Movimento Brasil Livre). Ele deixou o grupo em 2022, depois de anunciar apoio a Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno das eleições, contrariando a decisão do movimento que defendeu o voto nulo.
Advogado formado pela PUC, Rubinho tem 35 anos e é filho do vereador de Vinhedo Rubens Nunes (Podemos). Ele foi eleito vereador pelo Patriota em 2020 com 33 mil votos — em 2022, já no União Brasil, se candidatou a deputado federal, mas desistiu.
O nome do vereador voltou a ser citado após protocolar uma CPI que mira o padre Júlio Lancellotti. Rubinho perdeu apoio de ao menos sete vereadores que assinaram o requerimento — o texto não citava nominalmente o nome do líder religioso e os vereadores afirmam que se sentiram enganados.
Nos últimos dias, Rubinho tem reforçado as críticas que faz ao padre, reconhecido pela seu trabalho com a população em situação de rua. "Vou investigar a máfia da miséria na "cracolândia"", afirma em publicações nas redes sociais.
Nas eleições de 2021, ele declarou ao TSE patrimônio de R$ 193 mil. Nas disputas de 2022, ele declarou patrimônio de R$ 456,5 mil, aumento de 136,5%. Em 2016, o vereador se lançou vice-prefeito na sua cidade natal, mas não foi eleito.
Rubinho também tentou barrar as indicações de Jean Paul Prates e Aloizio Mercadante para a chefia da Petrobras e do BNDES, respectivamente. Em junho de 2022, ele acionou o Ministério Público para que o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) fosse enquadrado como organização criminosa. O movimento tem o deputado federal e pré-candidato a prefeito Guilherme Boulos (PSOL) como um de seus líderes.
O que o vereador já propôs
Em agosto do ano passado, Rubinho apresentou um projeto de lei para restringir as doações aos moradores de rua. A proposta do vereador é que a distribuição de alimentos só pode ser feita seguindo diferentes critérios, entre eles a autorização da prefeitura.
Caso as organizações não cumpram as regras, o projeto prevê uma multa de R$ 17 mil. O texto chama as regras de "protocolos de segurança alimentar para as organizações não governamentais".
Nas redes sociais, Rubinho disse que a "distribuição irrestrita de alimentos para moradores de rua incentiva as pessoas a continuarem vivendo em meio ao lixo". "É frequente que o mesmo morador receba dois ou três cafés da manhã", escreveu o vereador.
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