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Não há clima para continuar, diz Lula sobre número 2 da Abin investigado

O presidente Lula (PT) disse que "não há clima" para que o atual número dois da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Alessandro Moretti, continue no cargo. após ele ser alvo de investigação da Polícia Federal por suposto conluio com investigados em esquema de monitoramento ilegal na agência durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL).

O que aconteceu

Moretti foi alvo de investigação da Polícia Federal. Ele é suspeito de fazer conluio com investigados em esquema de monitoramento ilegal na agência durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL).

Lula disse que "está sendo provado" que Moretti mantinha relação com ex-integrantes do governo passado, a exemplo do ex-chefe da Abin, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). Diante disso, o presidente diz que "não há clima" para ele continuar na agência. As declarações foram em entrevista à CBN Recife.

Presidente explicou que Moretti foi indicado pelo atual chefe da Abin, Luiz Fernando Corrêa, a quem Lula chamou de "uma pessoa de muita confiança". Ele também afirmou que "não conhecia ninguém dentro da Abin", órgão apontado como bolsonarista e que tem sido entrave para Lula desde o começo de sua terceira gestão.

Esse companheiro [Corrêa] montou a equipe dele, dentro da equipe dele tem um cidadão [Moretti] que é o que está sendo acusado, que mantinha relação com o Ramagem, que é o ex-presidente da Abin no governo passado, inclusive relação que permaneceu já durante o trabalho dele na Abin. Olha, se isso for verdade, e isso está sendo provado, não há clima para esse cidadão continuar na polícia.
-- Lula, em entrevista à CBN Recife

Alessandro Moretti é apontado por integrantes do governo Lula como bolsonarista. O atual diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência foi citado nominalmente em um dos relatórios da PF que apontam a suspeita de conluio entre a atual gestão da Abin e com investigados no esquema de monitoramento ilegal de autoridades sob Bolsonaro.

Lula refuta crítica de Bolsonaro

Na entrevista, o presidente também chamou de "grande asneira" a fala de Jair Bolsonaro de que ele e os filhos seriam alvos de uma "perseguição implacável". O petista afirmou que o governo não tem influência nas operações da Polícia Federal.

Segundo Lula, não há nada de "anormal" na operação sobre o uso ilegal da Abin durante o governo Bolsonaro. "O que espero é que as pessoas sejam investigadas e que tenham direito a presunção de inocência, o que eu não tive".

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Entenda a operação sobre Abin paralela

A PF cumpriu mandados de busca e apreensão na segunda-feira (29) contra pessoas do núcleo político que receberam informações da "Abin paralela". Segundo as investigações, a Abin foi usada durante o governo de Jair Bolsonaro para espionar adversários políticos.

Um dos alvos foi Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente. A busca e apreensão foi autorizada na casa de Carlos e no seu gabinete na Câmara Municipal do Rio.

A PF também fez buscas numa casa em Angra dos Reis (RJ), onde estava Carlos Bolsonaro. Os irmãos Flávio e Eduardo e o ex-presidente Jair Bolsonaro também estavam no local.

Segundo as investigações da PF, Carlos Bolsonaro recebia informações sobre inquéritos em andamento, inclusive da PF. Os agentes também investigam se a Abin produzia dossiês para atender aos interesses de Carlos.

Um celular de Carlos Bolsonaro foi apreendido.

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