Conteúdo publicado há 8 meses

Ato de Bolsonaro teve maior público que medimos em 2 anos, diz pesquisador

O ato de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) realizado neste domingo (25) teve mais público presente do que a celebração da eleição do presidente Lula (PT) após as eleições de 2022, disse Pablo Ortellado, do Instituto de Estudos Avançados da USP, em participação no UOL News da manhã desta segunda-feira (26).

A SSP-SP (Secretaria da Segurança Pública) de São Paulo informou que o ato pró-Bolsonaro reuniu aproximadamente 600 mil pessoas na avenida Paulista. Já o grupo de estudo da USP estimou 185 mil presentes.

O ato de ontem foi a maior manifestação que a gente já mediu nos dois últimos anos, desde que a gente mede manifestações políticas na cidade de São Paulo [...] A manifestação foi enorme, não precisaria nem ter contado. Em nosso relatório, a gente compara com outras manifestações que a gente contou e já medimos.

Não é a maior que já aconteceu. As manifestações do impeachment e de junho de 2013 foram maiores, mas no passado mais recente ela é a maior que a gente já mediu. Estamos acostumados com números inflados.

A gente tem uma cultura política que se não teve 100 mil, foi um fracasso. Manifestação de 10 mil é bastante gente. Na manifestação de 7 de setembro em Copacabana, eu estava lá e nós medimos, foi enorme. Foram mais de 60 mil pessoas.

O que aconteceu

600 mil pessoas na Avenida Paulista. Essa foi a informação passada pelo governo Tarcísio de Freitas, aliado de Bolsonaro, sem explicar a metodologia para chegar ao número de presentes em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

750 mil pessoas no total. Ainda segundo a nota da secretaria divulgada no início da noite, esse foi o número total, considerando o público presente nas ruas adjacentes.

Antes, a PM e a SSP informaram que não faziam mais estimativas em nenhuma manifestação. Essa resposta foi dada mais cedo, quando questionadas pelo UOL se já havia dados do número de pessoas presentes no ato quanto.

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A ocupação principal de apoiadores se concentrou no Masp, mas se estendeu pela região. Alguns aliados do ex-presidente chegaram a dizer que o evento havia reunido mais de um milhão de pessoas.

Ato teve segurança reforçada. Cerca de 2.000 policiais acompanharam o ato na Paulista. Segundo a SSP-SP, Força Tática, Batalhão de Choque e Cavalaria são algumas das unidades da PM envolvidas. Drones e câmeras também foram usados.

A Polícia Civil também atuou com equipes do GER (Grupo Especial de Reação) do GARRA (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos). A operação contou ainda com o helicóptero Pelicano e com policiais do CERCO (Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas) em campo para monitoramento. Uma unidade móvel da Delegacia de Atendimento ao Turista também esteve nas proximidades da Consolação.

Não houve registro de incidentes graves, segundo a SSP. Entretanto, mais cedo, o 3º Batalhão de Polícia de Choque Humaitá divulgou imagens de uma mulher que caiu de uma árvore e teve o pulmão perfurado. Houve outros registros de pessoas que passaram mal por causa do calor.

Levantamento da USP aponta pico de 185 mil pessoas

Estimativa de público para o pico do ato, às 15h, é de 185 mil pessoas, indica levantamento. O dado faz parte do Monitor do Debate Político, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP (Universidade de São Paulo), coordenado por Pablo Ortellado e Márcio Moretto.

Às 17h, após os discursos, a contagem indicou 45 mil participantes. A equipe acompanhou a manifestação, produziu imagens aéreas às 15h e às 17h e contou o público com auxílio de software.

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Foram tiradas 43 fotos no período. Onze fotos foram selecionadas de forma a cobrir a extensão da manifestação na avenida Paulista, sem sobreposição. Cada uma das fotos foi repartida em oito pedaços. Em cada parte, foi aplicada uma implementação do método Point to Point Network, que identifica cabeças e estima a quantidade de pessoas em uma imagem.

O método tem precisão de 72,9% e acurácia de 69,5% na identificação de cada indivíduo, de acordo com os pesquisadores. Na contagem de público, o erro percentual absoluto médio é de 12% para mais ou para menos para imagens aéreas com mais de 500 pessoas.

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