Ministra exalta Lula em pronunciamento pelo Dia Internacional das Mulheres
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, exaltou o presidente Lula (PT) durante todo o pronunciamento oficial pelo Dia Internacional das Mulheres — comemorado na sexta-feira (8) — e transmitido em cadeia nacional na noite desta quinta-feira (7).
O que aconteceu
Ministra usou a expressão "presidente Lula" seis vezes durante o pronunciamento. Já "Governo Federal" foi abordado outras cinco vezes. Gonçalves afirmou que o Brasil "tem muito o que comemorar" porque a sua pasta e os demais ministérios da gestão "estão trabalhando para que todo o dia seja dia das mulheres".
Cida Gonçalves destacou a data para homenagear "mulheres que querem muito mais do que flores". "Que exigem, acima de tudo, respeito", disse. No discurso de 2023, a ministra já havia afirmado que as mulheres precisam lutar todos os dias por respeito e comemorou o retorno de um governo federal que "nos respeita", em indireta ao ex-governo de Jair Bolsonaro (PL).
Ao longo do discurso, a ministra apontou ações tomadas pelo governo Lula em benefício das mulheres. Entre as medidas, estão as mais de 17 milhões de famílias beneficiadas pelo Bolsa Família e que são chefiadas por mulheres, que também têm prioridade para o recebimento de moradias através do programa Minha Casa Minha Vida.
Gonçalves ressaltou que Lula teve "também sensibilidade de criar programa Dignidade Menstrual". A iniciativa é para a distribuição gratuita de absorvente para meninas e mulheres em situação de vulnerabilidade social.
A ministra também acrescentou que uma "das maiores preocupações de Lula é a violência contra as mulheres", citando que o governo lançou o Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios e vai inaugurar, em 2024, novas Casas da Mulher Brasileira, para o acolhimento e serviços especializados às vítimas de violência. A melhora na Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180), que também aceita ligação telefônica gratuita, foi abordada, incluindo a informação para o acionamento grauito do serviço através de mensagem pelo WhatsApp.
Igualdade salarial também foi citada. "Em pleno século 21, não podemos aceitar que uma mulher ainda receba 22% a menos que o homem ao exercer o mesmo trabalho. E que as mulheres negras recebam menos da metade do salário dos homens brancos", afirmou a ministra, citando a aprovação, pelo Governo Federal, da Lei da Igualdade Salarial.
Além disso, a ministra ainda disse que o governo federal destinou R$ 28 milhões para ações de fortalecimento das mulheres negras empreendedoras, pesquisadoras e mães de vítimas da violência racial. Também indica o investimento de R$ 6 milhões para bolsas de doutorado e pós-doutorado sanduíche no exterior para mulheres negras, quilombolas, indígenas e ciganas.
As mulheres já ocupam espaços importantes em todos os setores da sociedade. Mas é preciso avançar mais. E o presidente Lula e todos os seus ministérios estão contribuindo e criando as oportunidades para que toda mulher brasileira conquiste cada vez mais respeito, dignidade, igualdade e autonomia. Feliz Dia Internacional das Mulheres, para todas e todos.
Cida Gonçalves, ministra das Mulheres
Lula só indicou homens ao STF
Lula não indicou nenhuma mulher para as duas vagas abertas no STF (Supremo Tribunal Federal) em 2023. Uma matéria do UOL, publicada no fim de 2023, mostrou que o petista não tem buscado paridade nas indicações a tribunais. Ao longo de seu primeiro ano de mandato, ele deixou claro que gênero não está entre os critérios essenciais para garantir uma nomeação.
Presidente optou por Flávio Dino para a vaga no STF aberta com a aposentadoria de Rosa Weber. A escolha deixou Cármen Lúcia isolada como a única mulher na principal Corte do país. Antes, Lula havia nomeado Cristiano Zanin para a cadeira de Ricardo Lewandowski.
O critério não será mais esse. Vou escolher uma pessoa que possa atender aos interesses e expectativas do Brasil. Uma pessoa que tenha respeito com a sociedade brasileira. Uma pessoa que vote adequadamente, sem ficar votando pela imprensa.
Lula sobre os critérios para indicar um nome ao STF
Não foi por falta de pressão. Setores da sociedade civil cobraram do petista a indicação de uma mulher, inclusive negra, para a Suprema Corte e também mais nomes femininos para os tribunais do país.
Um ano de baixas femininas
Apesar do discurso frequente de igualdade feminina, Lula só viu diminuir o número de mulheres no alto escalão desde a posse, em 2023. E sempre por iniciativa dele. Apenas no ano de 2023, três mulheres saíram:
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Trocas foram questionadas. Apoiadores e aliados lembraram à cúpula governista as promessas de participação feminina. Em vez de fazer uma mea culpa, Lula empurrou o ônus para os partidos do centrão, dizendo que eles não teriam mulheres para indicar.
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