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Michelle será homenageada no Theatro Municipal de SP; PSOL vai à Justiça

A Prefeitura de São Paulo liberou o uso do Theatro Municipal da cidade para a cerimônia que concederá o título de cidadã paulistana à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL).

O que aconteceu

Prefeitura alega que o pedido para uso do espaço foi realizado via ofício. A solicitação foi feita pelo vereador Rinaldi Digilio (União Brasil), um dos responsáveis pelo projeto, aprovado em novembro de 2023, e, segundo a gestão municipal, foi aceito em razão da "disponibilidade do espaço". Porém, os eventos para a concessão do título são comumente realizados na própria Câmara Municipal, na Bela Vista, no centro da cidade.

"Não há excepcionalidade nesse caso, uma vez que é normal a cessão de espaço para eventos de órgãos públicos", esclarece a Prefeitura. Em nota, a gestão municipal diz que o Theatro Municipal já foi utilizado para "realização de eventos de interesse de diversos órgãos públicos".

Evento está previsto para ocorrer no próximo dia 25 de março, das 20h às 22h, para mil convidados. O evento ainda deverá contar com a apresentação da banda da Polícia Militar de São Paulo.

Prefeitura diz que título de cidadão paulistano é "matéria de interesse público" e de competência da Câmara Municipal. Questionada pelo UOL, a assessoria de imprensa do Theatro Municipal afirmou que os pedidos de informação sobre o evento deveriam ser realizadas a Prefeitura.

Políticos do PSOL entram na Justiça contra uso do Theatro

Políticos do PSOL pedem apuração contra a Prefeitura no Ministério Público Eleitoral de São Paulo. Os deputados Carlos Giannazi e Luciene Cavalcante e o vereador Celso Giannazi classificam a homenagem como um abuso político do prefeito Ricardo Nunes, que deve tentar a reeleição neste ano. Os parlamentares também encaminharam a solicitação de apuração para a Procuradoria de Justiça do Patrimônio Público e Social de São Paulo e apontaram a possível prática de crime de peculato contra a administração pública.

Michelle Bolsonaro, do mesmo partido do ex-presidente, é forte candidata ao Senado Federal nas eleições de 2026 e possui grande relevância política para Nunes na campanha deste ano à Prefeitura de São Paulo. Neste ínterim, restam nítidos os interesses pessoais e políticos do representado [Ricardo Nunes] para utilizar-se do bem público, motivo pelo qual necessária a intervenção do Ministério Público.
Deputados do PSOL, em solicitações

Deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) e a ativista Amanda Paschoal entraram com ação na Justiça de São Paulo. A ação popular pede a suspensão dos atos da Prefeitura municipal que permitiram a realização do evento no Theatro Municipal. Documento aponta que o objetivo do evento é a "promoção pessoal de uma figura, no caso Michelle Bolsonaro, que não possui qualquer vínculo com a administração pública, e a campanha antecipada, em equipamento público, da pré-candidatura à reeleição do atual prefeito".

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Segundo parlamentares do PSOL, o aluguel do espaço, "que é mantido pelos impostos da população", custa cerca de R$ 150 mil por noite para cerimônias privadas.

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