'Ser chamado de cagão foi ameaça por não aderir a golpe', diz Freire Gomes

O general Marco Antônio Freire Gomes disse que ser chamado de "cagão" pelo colega Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa de Jair Bolsonaro (PL), foi ameaça por não ter embarcado no plano de golpe de Estado.

O que aconteceu

Freire Gomes foi ouvido pela PF no dia 1º de março por aproximadamente sete horas. Ele falou na condição de testemunha.

General o xingou de "cagão". Freire Gomes confirmou aos agentes policiais que os ataques pessoais feitos por Braga Netto e Ailton Moraes Barros foram "consequência de ameaças e pressões" por ele ter rejeitado um plano de golpe de Estado. Freire Gomes respondeu que só soube das críticas a ele e sua família após a divulgação da investigação policial.

O contexto do xingamento. Em conversas no WhatsApp, Braga Netto encaminhou uma mensagem ao general Ailton Moraes Barros dizendo: "Infelizmente tenho que dizer que a culpa pelo que está acontecendo e acontecerá é do Gen. FREIRE GOMES. Omissão e indecisão não cabem a um combatente". Ailton Moraes Barros, militar que foi preso na investigação sobre falsificação de cartões de vacina, respondeu que deveria "oferecer a cabeça" de Freire Gomes aos leões. Braga Netto então respondeu: "Oferece a cabeça dele. Cagão".

O general também afirmou que recebia ataques nas redes sociais do economista Paulo Figueiredo, ex-comentarista na Jovem Pan, e que também é investigado na operação que investiga o golpe após as eleições de 2022.

O ministro do STF Alexandre de Moraes retirou hoje o sigilo dos depoimentos dados à Polícia Federal sobre o caso. O ministro tornou públicos todos os 27 depoimentos. A justificativa foram as notícias veiculadas pela imprensa que revelaram trechos de alguns deles.

Quem é Freire Gomes

Nasceu em família de militar. De Pirassununga, no interior de São Paulo, Marco Antônio Freire Gomes é filho do coronel de Cavalaria do Exército Francisco Valdir Gomes e Maria Enilda Freire Gomes.

Em 1977, ingressou na Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende (RJ). Foi declarado aspirante a oficial da Arma de Cavalaria em 15 de dezembro de 1980.

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Seguiu na carreira militar ao longo dos anos. Freire Gomes serviu no 10º Regimento de Cavalaria Mecanizado, em Bela Vista (MS); no 10º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado, em Recife; e no 16º RC Mec, em Bayeux (PB). Segundo a CNN, ele também esteve no 1º Batalhão de Forças Especiais e no Comando da Brigada de Infantaria Paraquedista, no Rio, além de ter sido comandante do 1º Batalhão de Ações de Comandos, em Goiânia, e retornado à Aman como instrutor.

Em 2014, foi promovido a general de divisão, sendo nomeado Comandante da 10ª Região Militar, em Fortaleza (CE). Posteriormente, assumiu o cargo de Secretário-Executivo do GSI/PR, em Brasília (DF).

Sua promoção ao posto de general de Exército aconteceu em 2018. Na época, também foi nomeado para o cargo de Comandante Militar do Nordeste, em Recife (PE). Depois, assumiu o cargo de comandante de Operações Terrestres, em Brasília.

Chegou ao comando do Exército em 2022. O general quatro estrelas foi escolhido por Bolsonaro para ocupar o cargo quando ainda estava no Comando de Operações Terrestres. Na ocasião, ele assumiu o lugar do general Paulo Sérgio Nogueira.

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