Conteúdo publicado há 8 meses

Militantes convocam ato sobre golpe de 64 após Lula vetar ações do governo

Grupos de esquerda convocaram manifestações para o próximo sábado (23), às vésperas do aniversário de 60 anos do golpe militar em 1º de abril.

O que aconteceu

Grupos protestam por "ditadura nunca mais, em defesa da democracia, contra a anistia para golpistas e pelo fim do massacre em Gaza". A organização é das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. Organizações como o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e CUT (Central Única dos Trabalhadores) também devem participar.

Organizações citam "ameaças do autoritarismo, das violências e do fascismo da extrema-direita" como motivações dos atos além do aniversário do golpe. "Movimentos e organizações populares progressistas convocam toda a sociedade para se levantarem pela memória dos que tombaram na luta pela democracia e mobilizar-se contra os resquícios do golpismo que ainda perdura no país", diz a convocação ao ato.

Protestos vão ocorrer em meio à relutância de Lula em realizar alguma cerimônia para os 60 anos do golpe. O presidente busca reconciliação com os quartéis após os atos do 8 de janeiro.

Antes do veto do presidente, ministério tinha planejado pedidos de desculpas públicos, diz a Folha de S.Paulo. O Ministério de Direitos Humanos e Cidadania já havia levantado um possível slogan da ação: "60 anos do golpe 1964-2024 - sem memória não há futuro".

Em entrevista, Lula disse que não gostaria de "remoer o passado". Ao jornalista Kennedy Alencar, Lula disse que tinha mais preocupações "com o golpe de 8 de janeiro de 2023 do que com 64" e disse que, apesar de partes da história do período militar ainda permanecerem incompletas, ele preferia "tocar o país para frente".

O que eu não posso é não saber tocar a história para frente, ficar remoendo sempre, remoendo sempre, ou seja, é uma parte da história do Brasil que a gente ainda não tem todas as informações, porque tem gente desaparecida ainda, porque tem gente que pode se apurar. Mas eu, sinceramente, eu não vou ficar remoendo e eu vou tentar tocar esse país para frente.
Presidente Lula em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar

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