Assassinato bárbaro acontece 'todo dia', diz deputado sobre caso Marielle
Durante a sessão que avalia a prisão do deputado Chiquinho Brazão (sem partido), detido por ordens do STF após ser apontado como mandante dos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes, o parlamentar Lafayette de Andrada (Republicanos-MG) afirmou que assassinatos "bárbaros" ocorrem todos os dias no Brasil.
O que aconteceu
Deputado disse não querer ser pautado pela "comoção" que o caso gerou. "Foi um assassinato bárbaro, que gerou uma comoção social imensa, com uma repercussão na grande mídia, porém assassinatos bárbaros acontecem todos os dias, infelizmente, no Brasil", declarou.
"Temos aqui que discutir a legalidade da prisão, e é sobre ela que quero conversar e debater", completou. A declaração de Andrada foi feita na CCJ, a Comissão de Constituição e Justiça, que avalia a prisão do deputado federal.
Relator havia recomendado a manutenção da prisão de Brazão. O parecer do deputado Darci Mattos (PSD-SC) diz que ficou "claramente" configurado o flagrante do crime apontado e os "atos de obstrução" da investigação.
Centrão articula pela soltura de Chiquinho Brazão. O líder do União Brasil, Elmar Nascimento (BA), disse que a sigla liberaria a bancada, mas que ele próprio votaria pela liberdade do ex-colega de partido —Chiquinho foi expulso do União no mesmo dia em que foi preso.
Critério para prisão preocupa parlamentares, que aproveitam para criticar Alexandre de Moraes. Parte dos deputados considera essencial aprofundar o debate sobre os parâmetros da prisão de parlamentares. Deputados e senadores são invioláveis nas esferas civil e penal, segundo a Constituição. Os parlamentares, contudo, podem ser presos em flagrante por crime inafiançável, e o caso precisa ser analisado pela Câmara para manter ou revogar a prisão.
Governistas se posicionam pró-prisão. O líder do governo, José Guimarães (PT-CE), afirmou que orientou a bancada pela manutenção da prisão.
Também hoje, o Conselho de Ética deve definir hoje se abre ou arquiva o pedido de cassação. A ação foi solicitada pelo PSOL e pode levar pelo menos três meses para conclusão.
Assista ao vivo a sessão na CCJ que avalia o pedido de Chiquinho Brazão:
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