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Votação sobre Brazão fortalece nomes do centrão à sucessão de Lira

Deputados Marcos Pereira (Republicanos-SP) e Antonio Brito (PSD-BA) Imagem: Marina Ramos e Vinicius Loures / Câmara dos Deputados

Do UOL, em Brasília

12/04/2024 04h00

Dois nomes do centrão tiveram atitudes opostas durante a análise da prisão do deputado Chiquinho Brazão (RJ) na Câmara. As ações devem ter impacto na sucessão do atual presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), em 2025.

O que aconteceu

Estratégia para 2025. Marcos Pereira (Republicanos-SP) e Antonio Brito (PSD-BA) são cotados para a chefia da Câmara e miraram em estratégias diferentes para conseguir mais apoio.

Pereira não votou. O presidente nacional do Republicanos optou por não se manifestar sobre o assunto e evitou desgastes com o PL, maior bancada da Casa. O partido ficou dividido: dos 42 deputados da legenda, 20 votaram pela manutenção da prisão de Brazão e oito foram contra.

Deputado conversou recentemente com Bolsonaro. Pereira acertou os ponteiros e conseguiu retirar o veto ao seu nome para a presidência da Câmara no partido em que o ex-presidente Jair Bolsonaro é presidente de honra e principal cabo eleitoral.

Festa na noite da votação reuniu ministros e líderes do Congresso. Após a sessão da quarta-feira, deputados, senadores e ministros do governo Lula foram à celebração do aniversário de Pereira. A comemoração aconteceu um uma casa no Lago Sul, região nobre de Brasília.

Festividade reuniu bolsonaristas. Entre os convidados estavam o presidente nacional do PP e senador Ciro Nogueira (PP-PI), Dr. Hiran (PP-RR), e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

Esplanada em peso. Os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Waldez Góes (Desenvolvimento Regional) também marcaram presença. Além de Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), André Fufuca (Esportes) e Juscelino Filho (Comunicações).

Deputado do Republicanos pode aproximar Lula dos evangélicos. Aliados de Pereira dizem que a boa relação com o Planalto pode ajudar a estreitar a relação do governo com a bancada evangélica na Câmara. O presidente está mal avaliado no segmento e entrou em alguns embates, como a isenção tributária das igrejas e sobre o salários dos pastores. Pereira é bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus.

Há o entendimento também que o nome do parlamentar pode ganhar "musculatura" pelo bom diálogo. Além disso, Pereira seria visto como uma segunda opção para o Planalto apoiar na disputa e não ficar tão em foco para as eventuais críticas.

Antonio Brito é atualmente o favorito do governo. Integrante da bancada negra, o líder baiano do PSD é conhecido por manter um bom relacionamento com todas as alas da Câmara e seria a opção mais viável para o Planalto.

PSD votou em peso pela prisão de Brazão. Brito orientou a bancada a votar para manter o deputado preso, de acordo com o parecer de Darci Matos (SC), que também pertence à sigla. Dos 44 parlamentares, 35 votaram favoráveis e apenas três contra.

Petistas resistem ao atual favorito. Líder do União Brasil, Elmar Nascimento é um dos principais nomes para a sucessão de Lira, mas o governo tem resistência a seu nome pela discordância política.

Elmar votou pela liberdade de Brazão. O deputado do União Brasil articulou a derrubada da decisão do STF com outros parlamentares e assumiu a atitude de "presidente do sindicato" dos deputados. Entre os 58 deputados da sigla, apenas 16 votaram pela manutenção da prisão e 22 se posicionaram como contrários.

O posicionamento foi visto por alguns parlamentares como um gesto pela disputa no comando da Câmara. A atitude de enfrentamento ao Supremo teria ganhado os votos de PL, Novo e União. A aliados, Nascimento disse que, se não tiver condições de defender as prerrogativas de um deputado, não terá como se tornar presidente da Câmara. Ao menos, um dia.

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