Com Lula, chefe do Exército fala em 'compromisso com ideais democráticos'
Na presença do presidente Lula (PT), o comandante do Exército, general Tomás Paiva, reafirmou hoje que a corporação tem um "eterno compromisso" na defesa "dos mais caros ideais democráticos".
O que aconteceu
Lula participou hoje da celebração do Dia do Exército, no quartel-general em Brasília. Paiva leu a Ordem do Dia, em que exaltou o papel da corporação, como de praxe, mas em um tom menos contundente do que no ano passado, pouco após os ataques golpistas de 8 de Janeiro.
A Força Terrestre reafirma o eterno compromisso com a nação brasileira em defesa da pátria e dos mais caros ideais democráticos, mesmo com o sacrifício da própria vida.
Tomás Paiva, no Dia do Exército
"Integramos uma instituição de Estado, alicerçada na hierarquia e na disciplina, que se mantém coesa pelo culto a valores imutáveis", continuou Paiva. Ele foi alçado ao posto exatamente após os ataques de 8 de Janeiro, quando Lula viu conivência do ex-comandante Júlio César de Arruda com os acampados em frente do mesmo QG da cerimônia de hoje.
Lula tem feito um esforço para manter uma boa relação com as Forças Armadas. Por intermédio do ministro da Defesa, José Múcio, o presidente tem participado de jantares nas casas dos comandantes e ido a diversos eventos militares.
Também foi a seu pedido que foi ignorado o marco de 60 anos do Golpe de 64, no início do mês. A pessoas próximas, o presidente pregou que a ditadura militar, que durou 21 anos, "é passado" e que não valeria se indispor com as Forças.
Ele foi duramente criticado por aliados, que relembraram os constantes discursos do petista em defesa da democracia. Apoiadores e membros do governo consideraram um retrocesso, ao passo que a cúpula petista viu as cobranças por repúdio como um movimento "de bolha".
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