Deputados arquivam pedido para cassar Da Cunha, suspeito de agredir esposa

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados arquivou uma representação nesta quarta (15) pedindo a cassação do mandato do deputado federal Delegado Da Cunha (PP-SP), suspeito de bater na mulher.

O que aconteceu

Por 13 votos a cinco, o Conselho arquivou a representação, que pedia a cassação de Cunha. "Declaro o parecer preliminar pelo arquivamento da representação, recomendando censura verbal", afirmou o presidente do Conselho, deputado Leur Lomanto Junior (União-BA).

O relatório recomendando o arquivamento foi do deputado José Albuquerque (Republicanos-RR). Ele afirmou que Da Cunha merecia apenas uma censura porque a Justiça ainda não decidiu se o parlamentar de fato é culpado. Para o parlamentar, acatar o pedido para cassar Da Cunha poderia representar "um ato absurdo".

Da Cunha agradeceu o relator e os deputados que o defenderam durante a sessão.

Quem vai apurar é a polícia, quem vai julgar é a Justiça.
Deputado Albuquerque, relator

Agradeço a todos! O Brasil todo tem a palavra deste deputado de que vou me pautar pelo exemplo, retidão e me desviar de qualquer problema.
Deputado Delegado da Cunha

Delegado Da Cunha (PP-SP) e sua ex-companheira Betina Grusiecki, que o acusa de agredi-la
Delegado Da Cunha (PP-SP) e sua ex-companheira Betina Grusiecki, que o acusa de agredi-la Imagem: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados - 3.out.2023 e Reprodução/Instagram

A acusação

O deputado federal Carlos Alberto da Cunha é acusado de agredir e ofender a ex-companheira Betina Raísa Grusiecki Marques, 28. Um boletim de ocorrência foi registrado em outubro de 2023 na Delegacia de Defesa da Mulher, em Santos (litoral de São Paulo).

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Segundo relatos de Betina à Polícia Civil, as agressões aconteceram no apartamento em um condomínio em Santos. A mulher disse que da Cunha consumiu bebida alcóolica e depois passou a discutir com ela.

Betina acrescentou que o parlamentar atacou sua honra, chamando-a de "putinha" e "lixo". Sempre segundo a versão apresentada pela mulher à polícia, depois de ofendê-la, ele bateu a cabeça dela na parede e apertou seu pescoço, até a vítima desmaiar. Quando ela acordou, jogou um secador de cabelos na cabeça de Da Cunha.

Ainda de acordo com Betina, o parlamentar então bateu a cabeça dela de novo na parede e ameaçou. "Vou encher de tiros a sua cabeça, vou te matar e matar a sua mãe."

Betina afirmou aos policiais civis que o deputado federal quebrou os óculos dela e jogou cloro em suas roupas. Disse ainda aos agentes que o deputado Da Cunha já chegou a agredir também a ex-mulher dele. O boletim de ocorrência foi registrado pelo delegado Otavio Augusto Carvalho e escrivão Maurício Costa Ferreira.

Um inquérito foi aberto para apurar o caso. O parlamentar agora é investigado por lesão corporal e violência doméstica. Betina não apresentou testemunhas sobre os fatos narrados na delegacia. Ela foi orientada a procurar o Centro de Referência de Assistência Social de Santos.

O que diz o deputado

Da Cunha disse à coluna do Josmar Jozino que não agrediu a mulher. Afirmou que ela é lutadora de muay thai e que ele ficou machucado e teve ferimentos no supercílio, além do olho roxo.

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Segundo o parlamentar, a mulher não sofreu nenhuma lesão. O deputado alegou que foi ele quem chamou a Polícia Militar e que a mulher não quis nem sequer fazer ocorrência. Porém, depois, ela procurou a delegacia.

Da Cunha acrescentou que os filhos viram ele ser agredido e até ficaram com manchas de sangue. O parlamentar declarou também que o casamento não estava bem e que um novo boletim de ocorrência foi registrado, no qual ele aparece como vítima.

O B.O. foi registrado na 2ª DDM (Delegacia da Defesa da Mulher), na zona sul de São Paulo. Segundo o relato dele à polícia, quando retornaram para o apartamento, Betina entrou enfurecida na suíte do casal porque ele queria comemorar o aniversário com os filhos. No B.O. consta que a mulher o provocou e o empurrou . Da Cunha acrescentou que segurou o pescoço dela sem apertar, para se defender, e que ela simulou um desmaio. Depois se levantou e o golpeou com o secador de cabelos, ferindo-o no supercílio esquerdo.

O parlamentar negou ter proferido ameaças e também as agressões. E finalizou dizendo que passou por atendimento médico na Sociedade Beneficência Portuguesa de Santos, onde levou dois pontos no supercílio.

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