Sakamoto: Tarcísio enterra política de câmeras corporais da PMs
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) enterra a política de câmeras corporais da Polícia Militar ao mudar o sistema de acionamento dos equipamentos, permitindo que os PMs tenham autonomia para escolher se irão gravar uma ocorrência ou não, afirmou o colunista Leonardo Sakamoto no UOL News desta quinta (23).
Tarcísio de Freitas está enterrando a política de câmaras corporais desta forma, não tem outra palavra. A utilidade da política de câmeras corporais é que elas vão ficar acionadas o tempo inteiro e no momento de ação liga-se um outro modo para melhorar a qualidade da captação de áudio e de vídeo.
O segredo do sucesso das câmeras é ficarem ligadas o tempo inteiro para verificarem o comportamento tanto dos policiais quanto das pessoas que vão ser abordadas. Uma câmara como essa, ela não serve apenas para evitar sacanagens cometidas por maus policiais, também serve para proteger os bons policiais das sacanagens cometidas contra eles, de armações ou violência, qualquer coisa desse tipo, também é prova.
Sakamoto ressalta a importância das câmeras corporais para auxiliar nas investigações de violência cometidas por agentes, como na chacina do Guarujá no ano passado.
A gente tem visto policiais que já aprenderam técnicas de bloquear com a arma, bloquear com o braço as imagens da câmera para tentar dificultar. O Ministério Público do Estado de São Paulo sofreu, porque no ano passado, imagens corporais das câmeras de PMs envolvidos na chacina do Guarujá e que foram entregues ao Ministério Público mostravam no início confrontos com criminosos em apenas 3 de 16 casos iniciais que terminaram em morte.
As imagens foram captadas, não foram enviadas inteiras para o Ministério Público, ou seja, isso é um outro problema, a imagem vai apenas parcialmente a pedido da justiça, ou seja, pelo menos naquela época, pelo menos 8 imagens de confrontos deveriam aparecer, porque era o número de mortes que envolviam agentes da rota, batalhão que conta com câmeras em todos os uniformes, mas foram entregues vídeos com seis ocorrências nas quais três não mostram nada de útil, exatamente por conta dessas coisas, dessas formas de você criar um problema pra isso. Leonardo Sakamoto
Sakamoto afirma que a mudança no sistema de acionamento das câmeras corporais pode ajudar a aumentar ainda mais os índices de letalidade policial na gestão Tarcísio.
Vamos lembrar que as câmeras implementadas na gestão João Doria Júnior ajudaram a reduzir os índices de letalidade policial, índices que explodiram agora. Então é com muita preocupação que a gente vê isso, porque isso pode inclusive ajudar a disparar ainda mais os índices de letalidade que já estão altos na gestão tanto Tarcísio quanto do secretário de segurança pública Guilherme Derrite. Leonardo Sakamoto
Sakamoto: Eduardo adota manual do bullying bolsonarista contra Moraes
Sakamoto comentou ainda no programa a resposta do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) a uma declaração do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes. Para o colunista, a reação é um exemplo de aplicação da tática bolsonarista de bullying a autoridades.
Moraes ironizou fala antiga de Eduardo, que disse ser necessário "apenas um cabo e um soldado para fechar o STF". Sem citar nomes, o ministro falou que "o cabo, o soldado e o coronel estão todos presos", enquanto o Supremo está aberto. Na resposta, Eduardo disse que as ações do ministro o levaram a viver hoje sem liberdade, tão preso quantos os participantes dos atos golpistas de 8 de janeiro.
A resposta de Eduardo Bolsonaro a Alexandre de Moraes acabou revelando uma das táticas de bullying, assédio e intimidação levadas a cabo pela extrema-direita. Essa declaração só coloca lenha na fogueira para que outros casos aconteçam. Esse tipo de ação puxada por lideranças políticas ajuda a retroalimentar os malucos de plantão que vão fazer o serviço sujo. Tem que partir das lideranças políticas diminuir esse gás da polarização. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
Raquel Landim: Afiadíssimo, Haddad soltou lado político e lembrou Dino
Também no UOL News, Raquel Landim comentou que, ao confrontar deputados bolsonaristas na Câmara, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mostrou seu lado político e lembrou o estilo irônico do ex-ministro Flávio Dino.
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Quero receberHaddad soltou todo o seu lado político e estava afiadíssimo. Parecia o Flávio Dino nos seus melhores dias de ministro da Justiça no Congresso Nacional.
Agora temos sinais mais negativos na economia, mas Haddad está fazendo esse papel mais cordato. Ali [na Cãmara], não. Ele estava no Congresso, partiu para cima dos bolsonaristas e vestiu seu manto político e seu desempenho em debates eleitorais.
Haddad está em um momento delicado, costurando coisas e em embate forte com [o ministro-chefe da Casa Civil] Rui Costa em vários temas. Mas o ministro estava afiadíssimo e partiu para o enfrentamento. Era o palco correto para fazer isso. Muitas vezes essas conversas para as quais os ministros são chamados ao Congresso se transformam nisso. Se ele não se defender, vai ser só atacado. Raquel Landim, colunista do UOL
Raquel destacou que, apesar das dificuldades com o cenário econômico, Haddad segue um caminho equilibrado para lidar tanto com o mercado financeiro como com o governo.
Desde que assumiu a Fazenda, Haddad tem tido um perfil muito cordato, ponderado, fazendo toda a interlocução do governo Lula com a Faria Lima. Adotou uma postura de austeridade fiscal que surpreendeu os mercados. Ele encontrou um meio-termo para fazer tudo o que era possível para deixar a economia continuar andando. Raquel Landim, colunista do UOL
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