CPI na cidade de SP aprova relatório final e pede fim de contrato da Enel

A CPI da Enel na Câmara Municipal de São Paulo aprovou o relatório final da comissão e pediu o fim do contrato da empresa com a capital.

O que aconteceu

Placar de aprovação foi de 4 a 2. Votaram a favor do documento os vereadores Thammy Miranda (PSD), relator da CPI, Milton Ferreira (Podemos), Ricardo Teixeira (União Brasil) e João Jorge (MDB), presidente da comissão.

Oposição cobrou que relatório tivesse responsabilizações também à prefeitura. Os votos contrários ao documento foram das vereadoras Elaine Mineiro (PSOL) e Luna Zarattini (PT).

Faltou apontar a responsabilidade de alguns entes do Executivo. Se as subprefeituras não podem fazer as podas, nós precisamos repensar como elas são geridas. Elaine Mineiro (PSOL)

É preciso que a Prefeitura tenha um serviço de maior zeladoria da cidade. Não há como não ter esse tipo de recomendação nesse relatório. Luna Zarattini (PT)

O que a CPI decidiu

CPI pediu uma "intervenção" na Enel e o fim do contrato da cidade com a empresa. "A conclusão inelutável ao fim dos trabalhos dessa CPI é que a Enel não tem prestado serviço e atendimento condizente com suas obrigações, tanto do ponto de vista do fornecimento quanto sob a ótica do atendimento pós-venda, e tampouco vem se preparando para enfrentar os eventos climáticos extremos que já há muito tempo não são surpresas na cidade de são Paulo durante os meses quentes", diz o relatório de Thammy Miranda (PSD).

O contrato com a Enel só pode ser rompido pelo governo federal. O rompimento precisa ser realizado pelo Ministério de Minas e Energia através da Aneel, que representa a União nesse caso.

A comissão também fez recomendações à Prefeitura e à Enel para evitar novos apagões na capital. Em novembro do ano passado, milhões de paulistas ficaram sem luz por vários dias após um temporal atingir várias regiões do estado.

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Recomendações da CPI à prefeitura:

  • centralização do acompanhamento de pedidos de podas de árvores nas subprefeituras, visando priorizar podas que afetam fios de energia elétrica;
  • mapeamento de árvores de grande porte em vias públicas para planejamento diante da hipótese de desastres;
  • abster-se de qualquer ato que possa piorar as condições do clima em São Paulo;
  • apresentar plano para aterrar fios em regiões com árvores mais antigas.

Recomendações da CPI à Enel:

  • que descentralize centros operacionais para respostas mais rápidas no atendimento de munícipes;
  • que estude critérios de restabelecimento de serviço para não reproduzir desigualdades entre o centro e regiões mais periféricas;
  • oferecimento de plano de indenização a negócios e pessoas físicas;
  • cumprimento de promessa de investimento de R$ 6,2 bilhões para manutenção e ampliação da rede da capital;
  • contratação de 1,2 mil novos funcionários;
  • ampliação dos canais de comunicação com consumidores.

A Enel diz que já cumpre parte dos itens que a CPI citou. Procurada pelo UOL, a empresa afirmou que ações anunciadas recentemente coincidem com as recomendações da comissão.

Até 2026, o investimento em São Paulo será de R$ 6,2 bilhões, concentrados em reforçar da resiliência da rede elétrica e enfrentar os crescentes desafios climáticos. O valor previsto corresponde a um aumento na média anual de investimento da distribuidora de R$ 1,4 bilhão para cerca de R$ 2 bilhões. A companhia também apresentou recentemente os primeiros 180 novos funcionários, que integram o total de 1,2 mil profissionais que serão contratados em 12 meses para a operação em São Paulo, como parte de um plano robusto que irá quase dobrar o número de colaboradores próprios para atuação em campo. Enel, em nota

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Oposição apresentou relatório alternativo

O documento defende medidas mais "enfáticas" contra a Prefeitura. O texto, assinado por Elaine e Luna, cita a necessidade de políticas de fiscalização mais duras por parte da gestão municipal, a responsabilidade pelas podas de árvores e o envio de recursos para manutenção às subprefeituras.

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