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Josias: Lula não foi eleito para passar 4 anos falando mal de Bolsonaro

O presidente Lula (PT) não foi eleito para passar quatro anos atacando o governo Bolsonaro,disse o colunista Josias de Souza no UOL News da manhã desta segunda-feira (29).

Em cadeia nacional de rádio e TV na noite de ontem (28), Lula reafirmou o compromisso com a responsabilidade fiscal, criticou Bolsonaro e disse que o Brasil se "reencontrou com a civilização".

O pronunciamento do Lula em rede nacional tem aroma de campanha. É um pronunciamento absolutamente extemporâneo, não havia razão para que o presidente invadisse os lares dos brasileiros na noite de domingo para despejar esse pronunciamento de sete minutos. Lula não foi eleito para passar quatro anos falando mal da gestão Bolsonaro.

Ele continua estabelecendo esse contraponto um ano e meio depois da posse porque a comparação com a precariedade do Bolsonaro o favorece e porque imagina que a polarização serve aos seus interesses eleitorais, neste ano de disputa municipal.

Em São Paulo, por exemplo, que ele elegeu como ringue principal o seu embate com o que ele chama de 'figura' do Bolsonaro, ele transformou Guilherme Boulos em um de seus postes, como fez com Haddad e Dilma Rousseff. Ele está imaginando que serve aos seus interesses a polarização.

Bolsonaro é um alvo com prazo de validade muito vencido para Lula. Bolsonaro é, hoje, matéria-prima para o judiciário, para o STF. Lula deveria estar preocupado em fazer um governo competente.

Além das falas direcionadas ao ex-presidente, Lula apresentou não disse nada novo, segundo Josias.

Na prática, ele converteu o governo dele em um museu de novidades: recriou o Bolsa Família, Farmácia Popular e programas sociais que foram marcas de antigas gestões do PT. Recriou também o PAC, que ele apresentou como um grande feito na área de infraestrutura, que é um cronograma de obras, um 'vir a ser'.

Lula fez fala com ataques a Bolsonaro

Sem citar o ex-presidente, Lula disse que o Brasil "se reencontrou com a civilização". No discurso, o atual mandatário afirmou que o país passou por uma "enorme destruição", com corte de recursos para educação, saúde e meio ambiente.

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Espalharam armas ao invés de empregos. Trouxeram a fome de volta. Deixaram a maior taxa de juros do planeta. A inflação disparou e atingiu 8,25%. Diziam defender a família. Mas deixaram milhões de famílias endividadas, empobrecidas e desprotegidas.
Lula, em discurso em rede nacional de rádio e TV

Apesar das críticas, Lula frisou que é hora de falar em "reconstrução e futuro". O petista destacou números do governo, como o crescimento da economia, a geração de empregos e a retomada de programas sociais. Ele também mencionou a aprovação da reforma tributária pelo Congresso Nacional. A medida, segundo Lula, vai "descomplicar a economia" e baratear o preço de alimentos e produtos essenciais, como a carne.

Lula disse também que o "Brasil voltou ao mundo" ao citar o reposicionamento do país no cenário internacional. Ele lembrou que o Brasil vai sediar a reunião do G20 em novembro, além da COP-25 no ano que vem, em Belém.

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