Alesp vota hoje PEC que garante reeleição do presidente e mesa diretora

A Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) vota nesta terça-feira (29) uma proposta que permitirá a reeleição do presidente da casa e dos membros da mesa diretora, hoje vetada. O texto foi incluído na pauta após reunião do colégio de líderes, encerrada no fim da manhã.

O que aconteceu

Expectativa é de que proposta sobre reeleição seja aprovada sem sustos. Para isso, texto precisa dos votos de 57 dos 94 deputados. A base aliada de Tarcísio de Freitas (Republicanos) tem maioria na casa e, dentro dela, a avaliação é de que André do Prado (PL) tem feito um bom trabalho à frente da Alesp.

Atual presidente tem boa interlocução com governador. Prado foi eleito com apoio do Tarcísio em 2023 e os dois estiveram juntos em alguns eventos durante a campanha eleitoral recém-encerrada.

Texto que autoriza reeleição foi apresentado por 53 deputados de 10 partidos. A PEC (proposta de emenda à constituição estadual) nº 5 de 2024 permite que qualquer membro da Mesa Diretora possa ser reeleito para o mesmo cargo, seja dentro da mesma legislatura (período de quatro anos) ou entre legislatura.

A Mesa Diretora coordena as atividades administrativas e parlamentares da Assembleia. Atualmente, o grupo é composto por três deputados eleitos a cada dois anos, sem reeleição consecutiva para o mesmo cargo no mesmo mandato.

Colégio de Líderes deve discutir inclusão da PEC da Educação na pauta, na próxima terça (5). O texto em questão mexe com o dinheiro destinado à educação no estado de São Paulo.

O que é a PEC da Educação?

Proposta reduz dinheiro destinado à área. De autoria do governador, a PEC nº 9 de 2023 diminui de 30% para 25% a fatia do orçamento paulista reservada para escolas. O patamar é o mínimo estabelecido pela Constituição Federal para gastos na área.

Ideia de Tarcísio é reverter recursos para saúde. Segundo o governador, o crescimento da expectativa de vida no estado e a oferta de novos tratamentos e medicamentos pela rede pública resultou num aumento de custos que justifica a medida.

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Apoiadores argumentam que orçamento da área não será impactado. Segundo eles, a previsão no texto de que o pagamento de aposentados e pensionistas seja retirado dos gastos da educação deve fazer com que o mesmo dinheiro fique disponível para área, apesar da redução do percentual reservado no orçamento.

Oposição é contra por risco de sucateamento das escolas. Desde que a medida começou a ser discutida na Alesp, deputados do PT e do Psol se opuseram à mudança pelo temor de que a redução do dinheiro disponível se refletisse em piora no serviço ofertado pelo Estado.

Apesar de polêmica, texto deve ser aprovado pela casa. Uma deputada afirmou que há mais acordo em relação à proposta do que havia em relação ao texto que permitiu a privatização da Sabesp, aprovado no ano passado.

A expectativa é que a votação aconteça nas últimas semanas do ano. Muitos deputados se envolveram nas eleições municipais e ainda não estão 100% na assembleia.

Projeto de lei que proíbe celulares em escolas deve ser aprovado na próxima semana. Nos bastidores, foi construído consenso em torno do texto, que está em discussão na casa desde maio.

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