Tarcísio cria conselho para políticas de prevenção às mudanças climáticas

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), lançou nesta quarta-feira (22) o Conselho Estadual de Mudanças Climáticas.
O que aconteceu
Colegiado será composto por 18 membros, de forma tripartite. Ou seja, terá integrantes da gestão estadual, sociedade civil e municípios. A iniciativa será liderada pelas secretarias de Casa Civil e do Meio Ambiente.
Lançamento vem em meio a medidas do Donald Trump contra a agenda ambiental. Na segunda-feira (20), mesmo dia em que foi empossado, o presidente dos Estados Unidos anunciou a saída do país do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas.
Tarcísio é apoiador de Trump. No dia da posse, o governador postou um vídeo nas redes sociais em que colocava na cabeça um boné com a frase "Make América Great Again (Faça a América Grande Novamente)", símbolo da campanha e do movimento trumpista. A publicação ainda continha a frase "Grande dia!".
Principal objetivo do conselho será acompanhar a implementação da Política Estadual de Mudanças Climáticas. A estratégia reúne um conjunto de medidas para prevenção e enfrentamento de eventos climáticos extremos
No que diz respeito a mitigação de efeitos, adaptação climática, temos uma série de ações em andamento. Agora a gente vai avançar na questão da governança. Vamos dar passos importantes na questão da sustentabilidade para aproveitar oportunidades que estão aí
Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de SP
Secretária de Meio Ambiente afirmou que política ambiental de Trump não afetará o planejamento do estado na área. "Isso é uma coisa muito técnica (a política ambiental de São Paulo). Isso perpassa posicionamentos, seja questões de Brasil e de mundo, porque são políticas muito embasadas e técnicas que se sustentam", afirmou Natália Resende.
Tarcísio prorrogou a redução da alíquota para o querosene da aviação. De acordo com a publicação no Diário Oficial desta quarta (22), a medida valerá até o fim deste ano. O combustível é poluente por emitir gases do efeito estufa na atmosfera.
Conselho será consultivo, ou seja, não terá poder decisório. Mas será uma instância de discussão e elaboração de medidas para reduzir emissão de poluentes e tornar cidades paulistas mais resilientes a desastres climáticos.
Outras medidas anunciadas
Alertas e radares para prevenir chuvas. O governo anunciou a criação do CePram (Centro Paulista de Radares e Alertas Meteorológicos). Sob gestão da Defesa Civil estadual, a iniciativa visa integrar todos os sete radares meteorológicos do estado, reunindo as informações em um só lugar. Com isso, o governo pretende aprimorar a capacidade de prever eventos extremos - fortes chuvas, vendavais e queda de granizo, por exemplo - e melhorar a emissão de alertas à população.
Reflorestamento. O governo anunciou que vai abrir uma chamada pública da Fundação Florestal para selecionar projetos de coleta de sementes de espécies nativas nas Unidades de Conservação estaduais. O objetivo é fazer a recuperação florestal no estado utilizando vegetação nativa, inclusive espécies ameaçadas de extinção.
Expansão da energia solar. A Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) vai passar a dispensar o licenciamento ambiental para implementação de sistemas de geração de energia fotovoltaica de uso próprio, com capacidade instalada de até 5MW, para atividades já licenciadas.
Mais queimadas, menos recursos
São Paulo teve recorde histórico de incêndios florestais no ano passado. Segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o estado registrou, de janeiro a setembro, 7.296 queimadas, número maior do que toda a série histórica do órgão, iniciada em 1998.
Apesar de recorde em queimadas, governador diminuiu recursos para combate a incêndios em 2025. A proposta orçamentária enviada por Tarcísio, aprovada pela Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) no fim do ano passado, reduziu de R$ 3,3 milhões para R$ 2,97 milhões o orçamento da Operação São Paulo Sem Fogo, que atua na prevenção e combate a queimadas.
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