Cláudio Lembo, ex-governador de São Paulo, morre aos 90 anos
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Morreu hoje, aos 90 anos, o ex-governador de São Paulo Cláudio Lembo (PSD).
O que aconteceu
A causa da morte não foi divulgada. O velório acontecerá na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) das 10h30 às 15h, no Hall Monumental. O sepultamento será às 16h, no cemitério do Araçá, na região central da capital.
Haverá um cortejo até o cemitério, acompanhado por batedores da Polícia Militar. Lembo deixa a esposa, Renéa, o filho, José Antônio, e quatro netos: Carolina, Cristiana, Isabella e Lucas.
Governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) decretou luto oficial de três dias. "Nossos sentimentos aos familiares e amigos", diz a nota de pesar enviada pelo governo estadual.
O presidente Lula (PT) lamentou a morte do ex-governador, a quem chamou de amigo. "Lembo foi símbolo de Política escrita assim, com P maiúsculo. Representante do campo conservador, sempre tivemos diferenças e, ao mesmo tempo, uma capacidade de diálogo franco, aberto e generoso", escreveu.
Presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab também se manifestou. "Se tem alguém que cumpriu sua missão, esse alguém foi Cláudio Lembo. Cidadão exemplar, com excelente formação e um homem público que não deixa uma única observação negativa", escreveu ele nas redes sociais.

Quem foi Cláudio Lembo
Paulistano do bairro do Bixiga, Lembo foi presidente da Arena no período da ditadura militar e um dos fundadores do PFL. Advogado e professor de direito constitucional e direito processual civil, ele foi contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, e a condenação do presidente Lula no caso do triplex, em 2017.
Eleito vice-governador na chapa de Geraldo Alckmin, assumiu o governo de São Paulo em março de 2006. Na época, o então tucano Alckmin renunciou ao cargo para concorrer à Presidência, e Lembo comandou o Palácio dos Bandeirantes por nove meses, até o fim do mandato. Ele foi substituído em janeiro de 2007 por José Serra (PSDB).
Lembo era o governador do estado quando aconteceu a onda de violência em maio de 2006 por ordem do PCC. Na ocasião, rebeliões em penitenciárias paulistas e ataques a ônibus, delegacias e agências bancárias deixaram 564 mortos.
Após ataques, Lembo disse que problema de violência no Estado só seria resolvido se a "minoria branca" mudasse de mentalidade. "Nós temos uma burguesia muito má, uma minoria branca muito perversa", afirmou ele em entrevista à Folha de S.Paulo. "A bolsa da burguesia vai ter que ser aberta para poder sustentar a miséria social brasileira no sentido de haver mais empregos, mais educação, mais solidariedade, mais diálogo e reciprocidade de situações."
Considerado discreto e meticuloso, Lembo disse que sua biografia política se deveu principalmente ao acaso. "Em 1974, ninguém queria ser o presidente da Arena. Eu aceitei. Foi um acaso. Em 1978, ninguém quis ser candidato ao Senado porque o concorrente, Franco Montoro, tinha um prestígio notável. Eu fui. Outro acaso. Depois o Jânio Quadros foi eleito e me levou para ser o secretário dos Negócios Jurídicos. Acaso! Aí fui candidato a vice de Aureliano Chaves, em uma campanha miserável. E o PFL me indicou para ser vice do Geraldo. Tem algum roteiro nisso?", contou, em entrevista de 2006.
*Com informações do Estadão Conteúdo
42 comentários
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Jairo Ribeiro
O Lembo é dos tempos em que Política não era cangaço. Hoje a chamada Política brasileira está dividida. De um lado o MERDAPURA, do outro lado o PURAMERDA.
Vivendi
Sentimentos a família.
Marcelo Seraphim
Esse era de direita. Da época que existia direita civilizada.