Motta compara tarifaço de Trump ao 11/9: 'Nos leva a tempos retrógrados'
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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) disse hoje não ter certeza se as novas tarifas impostas pelos Estados Unidos serão uma oportunidade para o Brasil, e avaliou que elas levam o mundo para "tempos retrógrados, de bilateralismo e mercantilismo".
O que aconteceu
Deputado comparou impacto do dia em que Trump anunciou taxas ao dos ataques às Torres Gêmeas, em 2001. "Como o 11 de setembro mudou a conformação política mundial e readequação de forças, temos agora o 2 de abril como mudança de parâmetro, de comportamento para os países que tinham como concepção o multilateralismo", disse ele hoje, em palestra na ACSP (Associação Comercial de São Paulo).
Para ele, momento é incerto. "Esse cenário que alguns trazem como oportunidade para países emergentes, eu não tenho tanta certeza, já que o grande parceiro comercial do Brasil, a China, está entrando em rota de colisão com os EUA", falou. "Apostar que o Brasil vai sair ganhando com isso... acho que precisamos esperar um pouco para ver."
O tarifaço de Trump sobre as importações de 185 países começou a valer no sábado (5). As mercadorias brasileiras terão uma tarifa mínima de 10%, mas as alíquotas podem chegar a 50%, como no caso de Lesoto e do arquipélago de São Pedro e Miquelão.
A China, que foi sobretaxada por Trump em 34%, resolveu retaliar. A partir de 10 de abril, vai cobrar tarifa adicional também de 34% de todos os bens importados dos EUA.
A guerra comercial levou o mercado financeiro mundial a uma segunda-feira de pânico, com queda generalizada. No primeiro dia útil após o "tarifaço" entrar em vigor, as principais Bolsas de Valores da Ásia fecharam em forte queda —a de Hong Kong teve a pior baixa desde a crise de 199 — e as europeias estão derretendo no início dos negócios. Os principais índices das Bolsas dos EUA também abriram com fortes baixas, indicando um dia de bastante nervosismo em Wall Street.
No Brasil, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, também iniciou o dia em forte queda. O temor de recessão pressionava o dólar, que operava em alta pela manhã.
Em setembro de 2001, as Bolsas dos Estados EUA foram fechadas por quatro dias depois dos ataques terroristas que mataram quase 3.000 pessoas. O episódio mudou os rumos da política interna e externa dos EUA, com implicações no mundo todo.
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