Sem interlocução com Trump, Lula prioriza China e Europa

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Lula foi informado de que as negociações tarifárias do Brasil com os Estados Unidos emperraram. A conversa é fluida e educada. Mas o diálogo roda como parafuso espanado. Gira no terceiro escalão, entre o Itamaraty e o Departamento de Comércio americano. Sem acesso a Trump, Lula fez opção preferencial pela diversificação de interlocutores, priorizando China e Europa.
Em 13 de maio, Lula encontrará o presidente chinês Xi Jinping em Pequim, num fórum da China com países da Celac, grupo estrelado por países latino-americanos e caribenhos. Foi aconselhado, de resto, a procurar líderes europeus para apressar a retirada do papel do acordo da Europa com o Mercosul.
Em menos de três meses, Trump assinou mais de duas dezenas de atos relacionados à política comercial. Fez muitas coisas em poucos dias e o oposto nos dias subsequentes.
Em 2 de abril, Trump pesou a mão nas tarifas alfandegárias. Na semana seguinte, exceto pelos 145% que impôs à China, unificou em 10% as taxas cobradas do resto do planeta. Fixou em 90 dias o prazo para a negociação de acordos bilaterais.
Na expressão de um auxiliar de Lula, o governo brasileiro trata como "piada" o compromisso de Trump de fechar acordos com mais de 180 países em três meses. Lula não cogita interromper o diálogo com Washington. Mas parece concedido do seguinte: de um mato que tem Trump não sai coelho nem bom acordo.
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