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Nova York lança campanha para ajudar meninas a aceitar seu corpo

Brigitte Dusseau

Em Nova York

04/10/2013 12h56

Chega da magreza obrigatória e das imagens de beleza inacessíveis: a cidade de Nova York acaba de lançar uma campanha publicitária sem precedentes para ajudar as meninas a se sentirem bem com seus corpos.

A campanha, a primeira do tipo nos Estados Unidos, se dirige a meninas de 7 a 12 anos, alvo de um bombardeio midiático que as fazem se sentir preocupadas com sua aparência física cada vez mais cedo, segundo a prefeitura.

Mais de 80% destas jovens americanas de 10 anos temem ser gordas na escola e entre 40% e 70% delas não estão contentes com duas ou mais partes do seu corpo, acrescenta a promotoria, citando vários estudos sobre o tema.

"Sou uma menina, sou bonita como sou", diz a mensagem exibida desde esta semana em cartazes nos ônibus, no metrô e nas cabines telefônicas.

A campanha mostra 15 meninas sorridentes e normais que representam a diversidade nova-iorquina: brancas, hispânicas, afro-americanas e asiáticas. Elas jogam basquete ou xadrez, outras aparecem correndo ou com um livro nas mãos.

Problema da auto-imagem

As frases mudam, mas insistem nas qualidades das meninas. "Sou divertida, forte, audaciosa, inteligente, corajosa, saudável, amistosa e atenciosa", diz a mensagem ao lado da foto de DeVoray, uma robusta afro-americana de 12 anos.

Um vídeo poderá ser assistido em duas semanas nos táxis que circulam pela cidade e estão equipados com monitores, explicou à AFP Samantha Levine, diretora do projeto "As meninas de Nova York".

"Nova York é uma das cidades mais diversas do país, com mulheres fortes que vencem em todos os setores", comentou o prefeito Michael Bloomberg ao lançar a campanha.

"No entanto, as meninas, cada vez mais jovens, lutam contra o problema de sua própria imagem. Isso tem consequências importantes na saúde pública: problemas alimentares, de assédio, abuso de álcool, obesidade e relações sexuais precoces", acrescentou.

Embora 63% das crianças reconheçam que a imagem feminina projetada pelo mundo da moda não é realista, 60% dizem que comparam seu corpo ao das modelos e 48% queriam ser igualmente magras.

Cerca de um terço (31%) se alimenta mal ou diretamente se nega a comer para emagrecer, de acordo com a prefeitura.

Consequências para a saúde

Esta campanha é importante "para que se sintam bem com seus corpos, mas também porque a falta de confiança em si mesmas e uma imagem corporal negativa têm verdadeiras consequências para a saúde", explicou Samantha Levine.

As meninas fotografadas, todas de Nova York, são filhas de funcionários da prefeitura ou amigas delas. "Foram todas voluntárias porque estavam motivadas pela mensagem da campanha", disse Levine.

A mãe de DeVoray, Twanna Cameron, confirmou: "Minha filha achava que era importante mostrar às outras meninas que são belas tal como são".

A campanha tem uma duração prevista de quatro semanas nos ônibus e cabines telefônicas e oito semanas no metrô.

Além disso, será lançado um programa-piloto para melhorar a auto-estima das meninas em meia dúzia de escolas mediante atividades extracurriculares em mais de 75 estabelecimentos.