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Comissão conclui que polícia chinesa errou ao advertir médico que fez alerta sobre epidemia

Em Pequim

19/03/2020 12h18

Uma comissão de investigação oficial chinesa censurou hoje a polícia de Wuhan, a cidade onde surgiu o novo coronavírus, por ter advertido um médico que havia alertado sobre o início da epidemia e cuja morte provocou a revolta da população.

O médico Li Wenliang é considerado um herói nacional por ter alertado os colegas no início da epidemia, enquanto as autoridades tentavam ocultar de alguma maneira a realidade.

A morte do oftalmologista de 34 anos provocou uma onda de indignação popular no início de fevereiro, o que levou as autoridades a ordenar uma investigação.

Por ter feito o alerta, o doutor Li Wenliang foi convocado pela polícia, que o advertiu por divulgação de boatos na internet.

No início de janeiro, Li foi obrigado a assinar uma autocrítica na qual prometia não cometer mais "atos contrários à lei".

A polícia atuou de forma "inapropriada", afirmou a Comissão de Controle da Disciplina, que pede a "revogação" da advertência e que as autoridades "estabeleçam as responsabilidades" das pessoas envolvidas no caso.

Em janeiro, o Tribunal Supremo já havia reabilitado o doutor Li e outras pessoas que assinaram um artigo de alerta publicado na imprensa.

Os primeiros casos de novo coronavírus foram registrados na cidade de Wuhan, capital da província de Hubei (centro), no início de dezembro, mas os habitantes foram obrigados a usar máscaras em meados de janeiro, pouco antes da determinação de quarentena da localidade.

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