Não há dados suficientes do tratamento experimental contra ebola, diz Obama
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta quarta-feira (6) que não há informação suficiente para decidir se o tratamento experimental contra o vírus de ebola é eficaz, e acrescentou que os esforços devem se concentrar, por enquanto, em conter a epidemia.
"Temos que deixar que a ciência nos guie", afirmou em entrevista coletiva Obama em resposta a uma pergunta sobre se estaria disposto a respaldar o tratamento experimental, aplicado no médico Kent Brantly e na missionária Nancy Writebol, os dois americanos que contraíram o vírus na Libéria, em países da África castigados pelo vírus.
Até agora, a OMS (Organização Mundial da Saúde) registrou 1.711 pessoas com o vírus, sendo que 932 morreram, na Libéria, Serra Leoa, Nigéria e Guiné, este último onde o surto começou, em 22 de março.
"Para mim, é prematuro dizer isso. Não temos dados suficientes", disse o governante, que afirmou que o vírus é "controlável" caso os protocolos adequados sejam seguidos.
Ele lamentou que os países da África Ocidental não tenham sido capazes de isolar de forma rápida as vítimas da epidemia."Se alastrou mais rápido do que os surtos periódicos anteriores", afirmou Obama em referência ao pior surto de ebola desde que o vírus foi descoberto em 1976.
Ele insistiu que os esforços dos Estados Unidos se centram na colaboração com outros países europeus e com a OMS para controlar o avanço da epidemia. O médico e a missionária repatriados após contrair o vírus ebola estão sendo tratados em um hospital de Atlanta, no qual são praticamente "cobaias" de um tratamento nunca antes testado em humanos.
Embora parte da imprensa qualifique soro como "um segredo" e faça críticas por seu exclusivo em dois americanos, o tratamento não era conhecido, pois estava em fase de testes em animais, dentro do processo normal de experimentação clínica antes da autorização para uso em humanos.
De fato, o soro não é o único em desenvolvimento. Pesquisadores da Universidade de Auburn trabalham em uma molécula, identificada como WY3161, que se mostrou capaz de reverter o efeito pelo qual certos vírus bloqueiam o sistema de imunidade.
Kent Brantly e Nancy Writebol receberam duas das três únicas doses enviadas à Libéria do soro conhecido como Zmapp, produzido pela empresa biofarmacêutica Mapp, de San Diego, na Califórnia.
Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas, disse que esta foi a primeira vez em que o composto foi usado em humanos "porque todo o trabalho anterior tinha sido feito com macacos e os resultados foram encorajadores".
Zmapp é uma combinação de três anticorpos monoclonais "humanizados", produzidos em um grupo de plantas do gênero Nicotiana, e que combatem os vírus invasores se fixando nos antígenos das células.
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