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Carvalho descarta substituição de médico brasileiro por estrangeiro

Fernanda Cruz

Da Agência Brasil, em São Paulo

03/09/2013 16h00

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, disse nesta terça-feira (3) que o Ministério da Saúde tem um sistema avançado para fiscalizar as prefeituras e evitar que haja demissão de médicos brasileiros com a chegada dos estrangeiros inscritos no programa Mais Médicos.

  • Arte UOL

    Saiba qual a proporção de médicos em cada Estado e o panorama em outros países

“Não tem essa de prefeito dispensar médico brasileiro para contratar a preço menor ou receber de graça o médico estrangeiro, não existe essa hipótese”, disse o ministro na abertura da Conferência Ethos 2013, na capital paulista.

Carvalho destacou que os novos médicos terão de cumprir com rigor a carga horária de trabalho. “O médico que não quiser cumprir 40 horas, sinto muito, não será contratado, será afastado. Vamos acabar com essa mentalidade de que eu bato o ponto para trabalhar 40 [horas] e trabalho oito [horas], isso não pode ter mais no país”, enfatizou.

Ele também criticou atos de preconceito contra os médicos estrangeiros. “Temos olhado como natural o protesto corporativo de alguns conselhos regionais, agora repudiamos todo o preconceito, todo o racismo que se colocou em algumas das reações”, disse.

Outro assunto comentado pelo ministro foi o caso do deputado Natan Donadon (sem partido-RO), que cumpre pena em regime fechado no Complexo Penitenciário da Papuda e teve o pedido de cassação de mandato rejeitado pelo plenário da Câmara. Carvalho disse que a repercussão pública desse fato suscitou revolta e deve potencializar as mobilizações nos próximos dias, em Brasília.

“Acho lamentável que um político brasileiro acabe sendo uma referência tão negativa para o nosso povo. Acho lamentável que um parlamentar nosso, eleito pelo povo, tenha tido esse comportamento, que ajuda a macular a imagem dos políticos que são sérios no Brasil”, declarou.

Onde falta médico, faltam dentistas e enfermeiros, mostra pesquisa

A concentração de médicos nos grandes centros acompanha a de outros profissionais de saúde, como dentistas e enfermeiros, e a de unidades de saúde. Onde falta um, faltam os outros.

É o que o mostra um recorte da pesquisa Demografia Médica no Brasil, que se baseou em dados da AMS (Assistência Médico-Sanitária) do IBGE, que conta os postos de trabalho ocupados por profissionais de saúde