Vacina contra HPV é alvo de processo após jovem relatar efeitos colaterais
Uma jovem francesa está processando a fabricante da vacina Gardasil, contra o HPV, por supostos efeitos colaterais no sistema nervoso central. Seis meses após ter recebido a segunda injeção da vacina, em 2010, Marie-Oceane, então com 15 anos, foi hospitalizada com diversos sintomas, como perda temporária da visão, paralisia facial e dificuldades para andar.
Segundo Jean-Christophe Coubris, advogado da vítima, relatórios médicos apontaram a relação entre a vacina e as patologias desenvolvidas por sua cliente. A queixa foi apresentada na última sexta-feira em Bobigny, na periferia de Paris. A vítima acusa o laboratório Sanofi Pasteur, que produz a vacina, de “atentado involuntário à integridade”. A agência nacional francesa de medicamentos (ANSM) também é alvo do processo.
Outras três mulheres também afirmam terem sido vítimas dos efeitos colaterais do Gardasil. As jovens, com idades entre 20 e 25 anos, foram vacinadas entre 2008 e 2010. Duas delas desenvolveram dermatose crônica e a terceira foi diagnosticada com inflamação da musculatura (polimiosite). Elas pretendem apresentar queixa nos próximos dias. Para a advogada Camille Kouchner, que acompanha as três, “os casos de vítimas do Gardasil estão se multiplicando e isso pode se tornar um novo escândalo sanitário”.
Sanofi Pasteur contesta as acusações. O diretor-adjunto do laboratório André Dahlab afirma tratar-se de uma coincidência e que nenhum estudo estabeleceu até agora uma “incidência superior” das doenças desenvolvidas entre as usuárias do Gardasil.
A vacina contra o papilomavírus (HPV) será oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para meninas de 10 e 11 anos no início do ano letivo de 2014. A vacina, que será produzida pelo Instituto Butantã e pela Merck, será administrada em três doses, e protegerá contra quatro subtipos de HPV: 6, 11, 16 e 18 – os dois últimos são os que causam o maior risco de câncer.
(Com a RFI - Radio France Internationale)
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