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Criminosos roubam amostras de sangue com vírus de ebola na Guiné

Da Associated Press, em Conacri

21/11/2014 16h31

O que deveria ser apenas um assalto na estrada transformou-se em uma emergência, quando criminosos pararam um táxi e levaram uma carga de amostras de sangue supostamente infectado com vírus ebola na Guiné.

Autoridades locais apelaram publicamente em rede nacional de rádio para que os ladrões não identificados devolvam as amostras roubadas.

As amostras de sangue estavam sendo transportadas em um táxi van, que ia de Kankan até Gueckedou, a 265 quilômetros de distância.

Quatro funcionários da Cruz Vermelha levavam o lote de amostras de sangue, que havia sido retirado de uma única pessoa e guardado em um contêiner lacrado. Os criminosos pararam o veículo próximo a Kissidougou, informou Faya Etienne Tolno, um assessor de imprensa para a Cruz Vermelha na Guiné.

O roubo evidencia os perigos e problemas envolvidos na ajuda humanitária ao surto de ebola no país. Apesar de milhões de dólares terem sido autorizados para ajudar a conter o suro nos países da África Ocidental, falta infraestrutura local.

A Cruz Vermelha da Guiné não possui transporte próprio, e por isso foi preciso fretar um táxi para levar as amostras de sangue para teste.

“Não entendemos por que eles levaram as amostras de sangue. Talvez tenham pensado que havia dinheiro escondido ali”, disse o assessor.

O médico Barry Moumie, que chefia a divisão de cuidados ao paciente da coordenação do comitê nacional de ebola, disse à agência The Associated Press: “Nós já informamos os serviços de segurança sobre o roubo. Se esses ladrões resolverem mexer com o sangue, o resultado será muito perigoso”.

“Eu posso assegurar que, entretanto, os procedimento de transporte das amostras serão reforçados para evitar outros incidents”, afirmou.

O virus ebola, que já matou mais de 5.000 pessoas na Libéria, Serra Leoa e Guiné, se espalha basicamente por contato com fluidos corporais de uma pessoa infectada, incluindo sangue, fezes e vômito.