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Governo informa mais 2 pacientes com suspeita de coronavírus no RS e no PR

24.jan.2020 - Médicos atendem paciente infectado pelo coronavírus no hospital Zhongnan, em Wuhan, na China - Xinhua/Xiong Qi
24.jan.2020 - Médicos atendem paciente infectado pelo coronavírus no hospital Zhongnan, em Wuhan, na China Imagem: Xinhua/Xiong Qi

Hygino Vasconcellos

Colaboração para o UOL, em Porto Alegre

28/01/2020 18h47Atualizada em 28/01/2020 23h04

Resumo da notícia

  • Os casos suspeitos na região Sul se somam ao de mulher em Belo Horizonte, que está sob observação
  • Doença já matou mais de 100 pessoas na China e mais de 13 países já confirmaram casos

O Ministério da Saúde informou no início da noite de hoje que está investigando mais dois casos suspeitos de coronavírus no Brasil: um em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, e outro em Curitiba. Outro caso suspeito em Belo Horizonte já havia sido anunciado anteriormente.

Segundo o governo, os pacientes se enquadraram na atual definição de caso suspeito para NCOV-2019 (o novo coronavírus), apresentando febre e pelo menos um sinal ou sintoma respiratório.

Até agora, foram confirmadas mortes em decorrência da doença na China — o número de vítimas subiu hoje para 106 no país, onde há mais de 4.000 casos confirmados, de acordo com o último balanço oficial.

Novos casos suspeitos no Brasil

O paciente de São Leopoldo é um homem de 40 anos que procurou atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade, na região metropolitana de Porto Alegre. Ele relatou que chegou de viagem da China há quatro dias. Em nota, a prefeitura informou que o paciente foi isolado e realizou exames prévios, seguindo o protocolo do Ministério da Saúde.

O material da coleta do exame foi encaminhado nesta tarde ao Laboratório Central do Estado (Lacen) para análise. O paciente segue internado e em isolamento para observação. Ainda segundo nota da prefeitura, o homem é morador da cidade de Kunming, a mais de 1,5 mil km de Wuhan, cidade onde surgiram os primeiros casos do vírus na China.

Já o paciente de Curitiba é um homem de 29 anos, que estava em Xangai, a mais de 685 km de distância de Wuhan. Ele é brasileiro, mora em Fortaleza e veio à Curitiba para negócios - e teve ainda uma passagem em território chinês. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), ele está internado em um hospital particular - que não teve o nome divulgado - com quadro de infecção respiratória leve.

Fora esse caso, a Secretaria estadual foi informada na tarde de hoje de outra situação suspeita de coronavírus registrada em Curitiba e que ainda não consta no levantamento do Ministério da Saúde. Trata-se de uma mulher de 23 anos que também viajou para a China. Segundo o órgão, ela está isolada em uma UPA da cidade e também apresenta quadro de infecção respiratória leve.

Em nota, o Ministério da Saúde reforçou entre as orientações que viagens para a China sejam realizadas apenas em casos de extrema necessidade. Com quase três mil casos confirmados, segundo o último boletim da OMS (Organização Mundial de Saúde), todo o território chinês passa a ser considerado área de transmissão ativa da doença. Ainda segundo a OMS, o risco mundial de contaminação é considerado "alto".

O Ministério trabalha com um prazo de cinco a sete dias após a comunicação para confirmar ou descartar os casos suspeitos. "Mas não é certo (o prazo). Vamos ver nesses primeiros casos", disse João Gabbardo dos Reis, secretário-executivo da pasta.

Coronavírus liga alerta pelo mundo

O Ministério da Saúde também informou nesta tarde que já analisou mais de 7.000 rumores de brasileiros infectados pelo coronavírus — segundo o governo, 127 precisaram de verificação.

O ministro Henrique Mandetta disse que elevou a classificação de risco do Brasil para o nível 2, de "perigo iminente". A mudança é parte de um protocolo de escala que vai de 1 a 3, este só ativado após a confirmação de casos transmitidos em território nacional.

Mandetta recomendou ainda que os brasileiros só viagem à China "em caso de necessidade". "Evite viagens de turismo", disse. "Nós estamos desaconselhando, não proibindo", afirmou.

Ministro orienta brasileiros a evitar viagem a China

Ações do governo e Carnaval

O Ministério da Saúde prometeu "uma reunião de secretários de saúde de capitais" para que cada região refaça seus protocolos e informe sobre eventuais necessidades regionais "para fazer o enfrentamento".

Ele garante que o sistema de saúde brasileiro está preparado para a doença porque "já lidou com a Sars (Síndrome Respiratória Aguda Grave) e outras doenças". "Temos um centro que monitora na vigilância de saúde e fica em período integral com uma cadeia de comando onde participam outras esferas de governo", disse Mandetta.

"É um quadro com muitas perguntas sem respostas claras: o tempo de transmissão, incubação, sustentabilidade, potencial de letalidade", disse o ministro, que espera respostas para o comportamento do vírus sobre gestantes, crianças, idosos e doentes.

Questionado, Mandetta afirmou que não há "nada específico sobre o Carnaval". Ele garantiu que portos e aeroportos serão monitorados e recomendou "lavar as mãos e evitar compartilhar objetos, como copo e talheres".

Ministro falou com Bolsonaro

De volta ao país após missão oficial na Índia, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) entrou em contato com o ministro para falar sobre a situação. Segundo Mandetta, o presidente solicitou que o ministério mantenha a população bem informada.

O número de mortos pelo coronavírus subiu para 106 na China e há mais de 4.500 pessoas infectadas, o que levou vários países como Estados Unidos, França e Japão a se mobilizarem para retirar seus cidadãos de Wuhan, região que é o epicentro da epidemia.

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