Itália impõe distância mínima entre pessoas em três regiões do país
O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, assinou ontem um decreto para conter a disseminação do novo coronavírus (Sars-CoV-2), que já contaminou 1,7 mil pessoas e matou ao menos 34 no país.
Segundo um comunicado do governo, o objetivo da medida é "disciplinar o quadro de intervenções e garantir sua uniformidade no território nacional". Até então, prefeitos e governadores vinham agindo por conta própria, já que a Itália possui um sistema de gestão descentralizado, especialmente no campo da saúde.
O decreto determina a divulgação de medidas de prevenção definidas pelo Ministério da Saúde em escolas, universidades, prédios públicos e ambientes de grande circulação em todo o território nacional, assim como a distribuição de álcool em gel em órgãos oficiais. Viagens e excursões escolares ficam vetadas ao menos até 15 de março.
Já para as províncias de Bergamo, Lodi e Cremona, na Lombardia, e Piacenza, na Emilia-Romagna, o governo italiano determinou o fechamento de atividades comerciais de médio e grande porte nos sábados e domingos, com exceção de farmácias e locais de comércio de alimentos.
Na província de Piacenza e na região da Lombardia, foram suspensas as atividades em academias, centros esportivos e piscinas. Além disso, o governo vetou competições esportivas "de qualquer ordem e modalidade" na Lombardia, na Emilia-Romagna, no Vêneto e nas províncias de Pesaro e Urbino (Emilia-Romagna) e Savona (Ligúria).
Nessas zonas, a única possibilidade é realizar partidas e outros eventos com portões fechados. Além disso, torcedores dessas três regiões e duas províncias não poderão acompanhar jogos de futebol fora de casa, o que afetará times como Milan, Inter de Milão, Atalanta e Hellas Verona.
Já a abertura de lugares de culto, museus, centros culturais, bares, restaurantes e outras atividades comerciais está condicionada à adoção de medidas contra a superlotação e que garantam uma distância mínima de um metro entre os frequentadores.
Isolamento
As iniciativas mais restritivas valem para as 11 cidades que estão em isolamento por causa da epidemia: Bertonico, Casalpusterlengo, Castelgerundo, Castiglione d'Adda, Codogno, Fombio, Maleo, San Fiorano, Somaglia e Terranova dei Passerini, todas na Lombardia, e Vo', no Vêneto.
Os moradores continuam proibidos de sair desses municípios, que também não podem receber visitantes. O governo também manteve a suspensão de qualquer tipo de manifestação ou reunião pública e privada, seja de caráter cultural, lúdico, esportivo ou religioso, nas 11 cidades. Lojas e outras atividades comerciais seguem fechadas, a não ser para itens de primeira necessidade.
As pessoas, no entanto, devem usar equipamentos de proteção, como máscaras, ao acessar serviços públicos ou comércios.
Segundo o Ministério da Saúde, a epidemia do novo coronavírus já contaminou 1.694 indivíduos na Itália, sendo que 34 morreram.
As regiões mais afetadas são a Lombardia, com 984 casos, a Emilia-Romagna, com 285, e o Vêneto, com 263.
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