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Pondé critica estocagem de alimentos: 'quem compra tudo é um idiota'

Pondé durante participação no programa Pânico da Jovem Pan - Reprodução/Jovem Pan
Pondé durante participação no programa Pânico da Jovem Pan Imagem: Reprodução/Jovem Pan

DO UOL, em São Paulo

19/03/2020 12h00

O filósofo Luiz Felipe Pondé participou ontem do Programa Pânico, da Rádio Jovem Pan, e analisou os impactos da pandemia do novo coronavírus na sociedade. Pondé classificou como mesquinha e egoísta a atitude de pessoas que estão estocando produtos como álcool em gel, papel higiênico e comida.

"O cuidado que a gente tem que ter agora não é só você pensar em você mesmo. Ninguém vai se salvar sozinho. Se você comprar todo o álcool em gel do mundo, não adianta. Quem compra tudo é um idiota, paranoico. Porque vai ficar trancado em casa com 15 quilos de álcool em gel e, quando passar o vírus, vai ter que ser internado em um manicômio", analisou.

Para ele, apesar do medo natural, sentimentos como altruísmo e solidariedade são essenciais para passar pelos próximos dias em que os casos da doença devem aumentar no Brasil e as pessoas devem ficar isoladas em suas casas.

"O risco está posto. A diferença é quem consegue sobreviver a ele e permanecer ser humano, agir de forma humana ou quem vira uma besta [...].Além da capacidade de buscar boas informações e ser racional, a coragem é fundamental. Então, bom senso, cuidado, solidariedade e coragem. Sem isso, não tem como sobreviver ao risco. Todo mundo pode combater o risco epidemiológico de propagar a doença. E como fazemos isso? Cancelando tudo que não for essencial. Não correr riscos desnecessários", concluiu.

Crime organizado

Ainda de acordo com Pondé, toda forma de ordem social será necessária para conter a propagação da doença. Inclusive a participação de organizações criminosas.

"A gente vai precisar de ajuda até do crime organizado. Será necessária toda instituição que tiver a capacidade de organizar pessoas e mostrar para elas que não tem que sair correndo pela rua, pelo contrario, só devem sair se estão envolvidas com o combate da epidemia", disse.

O filósofo acredita que medidas restritivas no Brasil, como fechamento de comércio e diminuição da circulação de pessoas, devem ser adotadas aos poucos nos próximos dias para atrasar a disseminação do vírus e evitar um caos no sistema de saúde. "Precisamos ter medidas mais drásticas que podem ser tomadas gradualmente, instituídas ao longo de uma semana, para a gente se organizar e aprender a nadar nisso nos próximos três meses", avaliou.