Coronavírus: Últimas notícias e o que sabemos até esta quarta-feira (25)
Se segue vendo os casos de infectados e mortes crescerem, o Brasil tem acompanhado também uma crise política em torno do surto do novo coronavírus. Na noite de ontem, Jair Bolsonaro (sem partido) fez pronunciamento que incendiou seus opositores, pedindo pela reabertura do comércio e pelo fim do isolamento de toda a população em suas casas. A reação foi acalorada nas redes sociais e na classe política.
Entre as críticas de Bolsonaro, a feita aos governadores foi a que teve maior repercussão hoje, com embates como o com João Doria, que tem o estado de São Paulo como epicentro da covid-19 no país. Pelo mundo, a Espanha registrou mais de 700 mortes em um único dia e os Estados Unidos anunciaram plano de US$ 2 trilhões para combater a crise econômica.
O Brasil, nos dados anunciados ontem pelo ministério da saúde, tem 46 mortes e 2.201 casos confirmados.
Presidente x Governadores
A manhã de hoje foi tensa na política brasileira. Uma reunião por videoconferência juntou Bolsonaro, Doria, Wietzel e mais governadores do sudeste, e o clima esquentou entre os dois primeiros.
Doria afirmou que não fará concessões e disse, calmamente: "Peço que o senhor tenha serenidade, calma e equilíbrio. Mais do que nunca, o sr. precisa comandar o país". Bolsonaro levantou a voz para responder. "Subiu à sua cabeça a possibilidade de ser presidente do Brasil. Não tem responsabilidade. Não tem altura para criticar o governo federal. Se você não atrapalhar, o Brasil vai decolar e conseguir sair da crise. Saia do palanque", disse o presidente.
O governador do Rio também não aceitou a fala do presidente. "O empresário que decidir seguir o pronunciamento [de Bolsonaro], poderá juntamente com quem fez o pronunciamento ser responsabilizado por suas ações e omissões", disse Wietzel.
Repercussão no exterior: OMS responde
Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, mandou uma resposta direta ao presidente Jair Bolsonaro, que insistiu em minimizar o coronavírus e chegou a classificá-lo como uma "gripezinha" ou "histeria".
"Em muitos países, as UTIs estão lotadas e essa é uma doença muito séria", declarou Tedros.
Morte em Porto Alegre
O Rio Grande do Sul registrou a primeira morte pela covid-19 em suas terras. A informação foi dada pelo prefeito da capital, Porto Alegre. Segundo ele, a vítima foi uma mulher de 91 anos, que estava internada na UTI.
Espanha: Curva de mortes segue crescendo
Assim como a Itália, a Espanha também já ultrapassou o total de mortos que já foram liderados pela China, centro inicial da pandemia.
São 3.434 vítimas fatais desde o início do surto, com o espantoso número de 738 deles nas últimas 24 horas, de acordo com o Ministério da Saúde.
O governo foi atingido com a vice-presidenta Carman Calvo confirmando que contraiu a doença. Ela está desde domingo (22) internada em um hospital de Madri.
Já a Itália registrou 683 mortes, com queda para o dia anterior.
Estados Unidos anunciam pacote de trilhões
Um dos países com grande risco de virar epicentro da pandemia, os Estados Unidos já batem na casa das 700 mortes e de 55 mil casos oficiais da covid-19. Uma consequência disso foi uma explosão na compra de armas e munição no país.
Preocupada com a questão econômica, a Casa Branca e o Senado anunciaram um pacote de US$ 2 trilhões para combater a crise econômica que resultará deste período conturbado.
O país ainda soltou comunicado recomendando o retorno imediato de cidadãos americanos que estão no Brasil, "a menos que estejam preparados para permanecer no exterior por um período indeterminado".
Crise na aviação
Um dos setores mais afetados pela crise do coronavírus é o da aviação, que já fez com que a oferta de voos em todo o mundo tivesse queda de 28,7%. Os dados da consultoria OAG são referentes aos voos da última segunda-feira (23) em comparação com a mesma semana de março do ano passado.
A Iata (Associação Internacional de Transporte Aéreo) aumentou a previsão dos prejuízos causados com os cancelamentos de voos e espera uma queda no faturamento das companhias aéreas de US$ 252 bilhões, o que representa 44% em relação ao ano passado.
Olimpíadas adiadas
Um dia após o anúncio do adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio, o mundo do esporte ainda estuda as consequências disso. O COI afirmou que a decisão exigirá muitos sacrifícios e será necessário uma "força-tarefa" para a sua realização.
Tomas Bach, presidente da entidade, afirmou que o aumento de casos de Covid-19 nos Estados Unidos e América do Sul fez o COI mudar de ideia sobre os Jogos de 2020, e uma nova data ainda é discutida.
Boas notícias
Nem só de notícias negativas se vive na pandemia. Entre as boas novas, há empresas doando itens e medidas que podem ajudar a girar a economia nas cidades brasileiras.
A Baruel anunciou que vai doar 300 mil sabonetes a comunidades carentes nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. Os sabonetes escolhidos para doação são da Turma da Xuxinha. A apresentadora Xuxa apoiou a iniciativa disse "ter orgulho" da iniciativa.
O Outback Brasil decidiu doar um total de 13,6 mil ovos de Páscoa fabricados por eles, sendo 6.000 para profissionais de saúde e 7.600 para mercados de bairro da cidade de São Paulo. "Vamos ajudar os pequenos mercados de bairro que têm forte impacto no seu bairro em São Paulo".
A Receita Federal entregou para o Ministério da Saúde mais de 5 milhões de máscaras faciais descartáveis para ajudar no combate ao novo coronavírus. O material fazia parte de uma carga vinda da China apreendida no Porto Seco Rocha Top, em São Francisco do Sul.
Dinho com covid-19; shows adiados
O cantor Dinho Ouro Preto, do Capital Inicial, contou aos seus seguidores que está com o coronavírus. Nas redes sociais, ele contou que a sensação tem lembrado a de uma dengue que ele pegou há uns anos. "É um saco". Jackson Browne, roqueiro norte-americano de 71 anos, foi outro que contraiu o vírus.
O Brasil terá de aguardar mais para ver o Metallica. A veterana banda de thrash metal reagendou sua turnê que ocorreria em abril para o mês de dezembro. No exterior, Harry Styles e Camila Cabello adiaram turnês europeias, também devido à pandemia.
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