Enquanto isso, o número de casos de covid-19 no Brasil não para de crescer. O novo boletim só será anunciado pela tarde, mas o prefeito de Porto Alegre anunciou a segunda morte no Rio Grande do Sul em decorrência da doença. Hoje, o Ministério da Saúde confirmou a morte de 92 pessoas, com 3.417 casos.
Neste cenário, o ministro da Justiça, Sergio Moro, assinou hoje uma portaria fechando as fronteiras com os países que já haviam fechado as fronteiras com o Brasil. Assim, estrangeiros de qualquer país que estejam viajando para países que estavam com as fronteiras fechadas não poderão sequer passar pelo território brasileiro.
O governo federal anunciou hoje que vai criar uma linha de crédito de R$ 40 bilhões destinados ao pagamento de salários de funcionários de pequenas e médias empresas por até dois meses. Em contrapartida, o empresário terá que se comprometer a não demitir os trabalhadores em decorrência da crise causada pela pandemia do coronavírus.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que, além de medidas para atender as vítimas do coronavírus, é preciso se preocupar com os empregos, de forma a diminuir o máximo possível o tamanho das ondas de infecções e do desemprego. "Elas caminham simultaneamente", disse o presidente ao abrir uma entrevista para anúncio das medidas econômicas.
Já outra medida, o auxílio emergencial de R$ 600 para trabalhadores sem carteira assinada, será votada na segunda-feira pelo Senado depois da aprovação na noite de ontem na Câmara dos Deputados.
Já na Justiça, a AGU (Advocacia-Geral da União) ingressou ontem com uma ação direta de inconstitucionalidade pedindo que o STF (Supremo Tribunal Federal) permita que o governo federal possa implantar programas de proteção à parcela mais vulnerável da sociedade e de estímulo à economia durante a pandemia de coronavírus
Mais uma morte confirmada no RS e 25 sob investigação no Rio
Com a pandemia se espalhando pelo Brasil, as notícias locais ganham destaque a cada dia. Em Porto Alegre, o prefeito Nelson Marchezan Jr. (PSDB) informou que o Rio Grande do Sul registrou a segunda morte por covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus. Segundo ele, a vítima é um idoso de 88 anos que estava internado na UTI.
Já no Rio de Janeiro, o secretário estadual de Saúde, Edmar Santos, disse que 25 mortes estão sendo investigadas como suspeitas de terem sido provocados pela covid-19. Até o momento, nove pessoas que contraíram o novo coronavírus morreram no Estado segundo balanço oficial.
"Há 25 mortes em investigação pela possibilidade de ser ou não por coronavírus, todas têm aquela ligação epidemiológica mais forte", disse o secretário em entrevista ao Bom Dia RJ da TV Globo.
Já o Distrito Federal se viu no meio de uma polêmica depois que o presidente Jair Bolsonaro ironizou os governadores com base em uma corrente que se espalhou pelas redes sociais e indicava que o chefe do Executivo, Ibaneis Rocha (MDB), poderia reabrir o comércio e retomar as atividades na próxima segunda-feira.
Escalada na Espanha e Itália; Boris Johnson com covid-19
Já na Europa, a Espanha comunicou seu boletim diário com um recorde de mortes em 24 horas: 769 pessoas vítimas de covid-19. Ao todo, já são 4.858 vítimas fatais e 64.059 casos confirmados.
No Reino Unido, o primeiro-ministro Boris Johnson informou hoje que seu teste para o novo coronavírus deu positivo. "Nas últimas 24 horas, desenvolvi sintomas leves e testei positivo para coronavírus. Agora estou me isolando, mas continuarei liderando a resposta do governo por videoconferência enquanto combatemos esse vírus. Juntos vamos vencer isso", escreveu o premiê.
A França, por sua vez, estendeu a quarentena até o dia 15 de abril e lamenta a morte da vítima mais jovem da covid-19 registrada no mundo. Julie, de 16 anos, morreu na terça-feira (24) no Hospital Necker de Paris, especializado em doenças infantis, 24 horas depois de ser hospitalizada com insuficiência respiratória.
Carta de Trump
O presidente Donald Trump enviou cartas aos norte-americanos com recomendações de prevenção contra o novo coronavírus. As cartas foram enviadas no dia 16 de março e pedem, entre outros, para que a população fique em casa e alerta que mesmo os mais jovens e saudáveis correm risco.
O documento foi elaborado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças e pela Casa Branca, responsáveis pelo envio, e diz que tais recomendações valerão por 15 dias (ou seja, até 31 de março) para evitar novas transmissões do vírus.