Ministério tenta evitar colapso e manda material e médicos para Manaus
O Ministério da Saúde anunciou neste sábado (11) um conjunto de medidas para tentar conter a crise do sistema de Manaus, que está perto de entrar em colapso por causa da pandemia do novo coronavírus.
A ideia é que se não for possível desacelerar o número de novos casos na capital do Amazonas, a capacidade de atendimento será elevada.
O estado é o que tem maior incidência, no país, de casos de covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus: 250 por cada 1 milhão de habitantes.
Mais cedo o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, já havia anunciado que Manaus terá o segundo hospital de campanha montado pelo governo federal. O anúncio foi feito durante vistoria nas obras da primeira unidade, em Águas Lindas de Goiás (GO). O ministro acompanhou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
"A situação hoje de Manaus é que a curva está muito próxima da nossa linha de atendimento. Nós chegamos em um ponto em que, se não tomarmos uma medida, o número de casos vai ultrapassar nossa capacidade de atendimento. Não vai ter leito, não vai ter respirador," afirmou João Gabbardo, secretário-executivo do Ministério da Saúde.
O governo federal vai liberar recursos para o hospital referência Delphina Aziz atender casos.
"A unidade tem três andares que não estão sendo utilizados. Vamos colocar recursos para que Manaus possa imediatamente colocar 350 leitos em funcionamento. Mandamos ontem 20 respiradores. Vamos mandar mais 20 respiradores ainda."
A partir de segunda-feira (13), médicos intensivistas de outros hospitais de estados onde os números de atendimento são considerados estáveis, a exemplo do Rio Grande do Sul, serão enviados para atender pacientes na capital do Amazonas.
"Vai ser o primeiro estado do programa 'Brasil, Conta Comigo', em que nós abrimos possibilidade de voluntários," afirmou Gabbardo.
Isolamento não deve ser relaxado
O secretário de vigilância em saúde do ministério, Wanderson Oliveira, ressaltou que Manaus é o local do país que chegou mais perto de adotar o lockdown, o isolamento total. Por esta razão, a capital do Amazonas e outras três cidades — Fortaleza, São Paulo e Rio de Janeiro — não devem relaxar na medida atual de isolamento.
"Ontem mesmo, eu conversei com a Secretaria de Vigilância e Saúde do estado do Amazonas. Eu creio que Manaus, São Paulo e RJ são os locas que nós não podemos relaxar ainda com as medidas de distanciamento social", disse Oliveira.
Prefeito de Manaus cita "colapso funerário"
Arthur Virgílio Neto (PSDB), prefeito de Manaus, disse ontem que a cidade já vive um "colapso funerário" com as mortes causadas pela covid-19 e atacou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por "desmobilizar" a população sobre a importância do isolamento social.
"Está havendo um colapso funerário, os enterros estão crescendo de maneira exponencial, as mortes. É uma situação que deixa as pessoas nervosas, estressadas. Atitudes como a do presidente, que sai tranquilamente às ruas e mostra que para ele não há perigo em nada, fazem com que hoje muitas ruas em Manaus estejam cheias de carros", disse ele à CNN Brasil.
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