Topo

Esse conteúdo é antigo

SP já perdeu pelo menos 1,7 mil testes da covid-19 por problemas de coleta

Instituto Butantan já lançou campanha para evitar falhas de coleta, armazenamento ou identificação -  Lucas Ninno/Getty Images
Instituto Butantan já lançou campanha para evitar falhas de coleta, armazenamento ou identificação Imagem: Lucas Ninno/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

30/04/2020 17h47

O estado de São Paulo já perdeu até aqui entre 7% e 8% dos exames feitos para o novo coronavírus por problemas de coleta, armazenamento ou identificação.

A informação foi dada pelo diretor do Instituto Butantan, Dimas Tadeu Covas, em entrevista publicada hoje pelo jornal O Globo. A instituição tem coordenado uma rede de laboratórios contratados pelo Governo de São Paulo para realizar testes para a covid-19.

De acordo com Covas, em cerca de 24 mil exames encaminhados, pelo menos 1,7 mil não puderam ter resultado por falta de condições. O número pode chegar a 1,9 mil.

"Os principais problemas são de acondicionamento", disse Covas à publicação. "Vou dar um exemplo que aconteceu essa semana. A amostra foi coletada na sexta-feira e encaminhada na segunda-feira para nós. Ela chegou absolutamente fora das condições para ser realizado o teste. Não foi conservada de forma adequada, não estava em temperatura adequada. Isso é um dos problemas", acrescentou.

Em seu site, o Instituto Butantan divulgou ontem uma campanha para "promover o cadastro, a coleta e o armazenamento corretos de amostras para realização do exame RT-PCR, que detecta a presença de material genético do coronavírus em pacientes na fase aguda de sintomas". Em três vídeos, a campanha tenta evitar o descarte de materiais colhidos.

"O Butantan entende que todo o processo de testagem tem de ser cumprido corretamente, desde a coleta, passando pelo processamento das amostras, até a comunicação do resultado ao paciente, o ciclo tem que ser completo. Por isso tivemos essa iniciativa", explicou Covas no site do instituto.

"É importante que todo o nosso trabalho esteja alinhado para não só garantir os resultados para os pacientes, como para termos mais elementos que nos ajudem a superar essa epidemia da melhor forma possível", completou.

A iniciativa é uma resposta a problemas recorrentes, conforme explicou o diretor do Instituto Butantan ao jornal. Segundo ele, as amostras com problemas no momento do protocolo passarão a ser rejeitadas.

"Tivemos amostras contaminadas, que não foram coletadas de forma adequada. Quem coletou não tomou as medidas recomendadas e contaminou a amostra", alegou.

"O recebimento da amostra precisa cada vez mais ser aderente às normas. Se a amostra não chegar em condições ela não pode se analisada. Não adianta a gente receber uma amostra que sabemos que não vai produzir o resultado. Após um determinado momento dessas ações, as amostras terão que ser rejeitadas por falta de qualidade."

Atualmente, o Governo de São Paulo informa ter zerado a fila por espera por resultados, e que a demanda diária é atendida de forma imediata. Até as 16h de hoje, o estado já havia diagnosticado 28.698 casos da covid-19, com 2.375 óbitos.