"Vírus é o inimigo, e não nós", diz enfermeira agredida em Brasília
Enfermeira há dez anos, Ana Catarine Carneiro, de 31 anos, trabalha na rede pública do Distrito Federal. Embora não esteja na linha de frente contra o coronavírus, ela decidiu ir às ruas com outros colegas, respeitando o distanciamento social, para fazer uma homenagem em memória de 55 enfermeiros, técnicos e auxiliares que já morreram em decorrência da covid-19. O grupo foi agredido por pessoas contrárias ao isolamento social.
Em depoimento à revista Veja, Ana disse que a manifestação seguia pacífica até que um grupo de pessoas que apoiam o governo federal começou a disparar ofensas. "A certa altura, um homem decidiu atacar uma colega que estava ao meu lado, filmando tudo com o seu celular. Não consegui mais ficar parada. Entrei na frente dela e me coloquei entre os dois. Esse foi o momento em que ele me empurrou", relembrou.
Ela disse que em nenhum momento antes da homenagem cogitou que o ato seria alvo de agressões, mas foi tomada por um sentimento de "abandono" quando chegou em casa. "Como é possível lutar para cuidar das pessoas se parte da população nos agride? Não faz o menor sentido", lamentou.
A enfermeira contou ter recebido várias mensagens de apoio e percebeu que a violência "vem de uma minoria". Ela ressaltou que os profissionais de saúde não são heróis, já que não dão conta de tudo e também adoecem.
"O número de profissionais de saúde não vai aumentar na mesma proporção em que cresce o número de casos de covid-19. A quantidade de pacientes tem de ficar no limite de que damos conta. Só assim derrotaremos o novo coronavírus. Ele é o verdadeiro inimigo, e não nós, enfermeiros e médicos", disse.
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