Ratinho Júnior: Testes e ocupação de UTI definirão se haverá lockdown no PR
O governador do Paraná, Ratinho Júnior, afirmou em entrevista à rádio Jovem Pan que o número de testes realizados no estado e a taxa de ocupação de leitos de UTI definirão se haverá necessidade de decretar lockdown.
De acordo com o ministério da Saúde, o Paraná é o estado brasileiro com a menor incidência de casos de coronavírus por 100 mil habitantes (16,2). O índice é considerado um sucesso pelo governador. Segundo ele, o resultado positivo acontece graças a uma conjuntura de fatores, especialmente ao alto índice de testagem da população.
"Trabalhamos muito os testes. Mas não os testes rápidos, sim aquele teste do cotonete, que os especialistas dizem ser mais preciso. Saímos de 200 testes por dia para 600. Não tenho todos os números no Brasil, mas seguramente o Paraná é o estado que mais fez esse teste proporcionalmente por número de habitantes. Isso começou a nos dar uma radiografia de como o vírus estava se comportando. Adotamos a testagem em massa. Ela é a grande sacada nos países que conseguiram amenizar este problema", revelou o governador em entrevista concedida hoje ao programa "Pânico".
Durante a conversa, Ratinho prometeu aumentar o número de testes diários de 600 para mais de 5 mil já na próxima semana, além de encaminhar 150 mil exames rápidos para diferentes regiões do estado, o que deve ajudar a monitorar a propagação da covid-19. Até ontem, o estado tinha 111 mortes confirmadas e 1.849 casos da doença.
Embora aposte neste modelo com alto índice de testagem, ele não descarta a possibilidade de os casos de contaminação e mortes aumentarem em solo paranaense. Caso isso aconteça, o estado pode adotar medidas mais restritivas de circulação de pessoas, o que não vem sendo uma diretriz estadual.
"Não determinei o fechamento de tudo. Fizemos um decreto para restringir alguns setores que tinham aglomeração, como shoppings, igrejas, escolas, universidades estaduais, enfim, onde tinha fluxo de pessoas e onde aumenta o número de pessoas no transporte público. Adotamos protocolos e, com eles, mais os 5.600 testes por dia que vamos fazer, vai dar para ter mais tranquilidade nas nossas decisões de liberar ou não algumas atividades. Mas pode ser que, em algum momento, a gente tenha que fazer o lockdown. Por que o que baliza nossas decisões são os números de testes e de UTIs. Não posso liberar tudo porque, de repente, daqui a pouco não consigo suportar a demanda no dia a dia", afirmou.
Rodízio e transporte coletivo
Ratinho descartou conversas com prefeitos de grandes cidades para adotar um rodízio de veículos similar ao da cidade de São Paulo a fim de evitar a movimentação de pessoas. Mas disse que uma das grandes preocupações e focos de ação no Paraná está relacionada com a mobilidade, especialmente quanto à aglomeração no transporte público.
"Claro que o mínimo de pessoas andando na rua ajuda a não sobrecarregar o sistema de saúde. Mas a nossa preocupação maior é o transporte coletivo. Pedi para o pessoal fazer uma reunião com entidades de representação econômica para mudar os horários das pessoas que trabalham na capital, para chegarem em horários diferentes e evitarem a hora do 'rush', quando lota o sistema de transporte", contou.
Além disso, a aposta do governador é em uma constante conscientização da população no que diz respeito a medidas de segurança: "Não vamos sair prendendo gente que está sem máscara. Não gosto desse perfil, até porque tem gente que nem sabe que precisa usar máscara, ou não sabe fazer e não pode comprar. Mas pedi para equipes ficarem nos terminais de ônibus, onde tem aglomeração, com carros da polícia, com megafones, avisando para as pessoas usarem máscara. É um trabalho de conscientização diária. Mais do que a atitude de um governante, o bom senso e a conscientização das pessoas vai ajudar o processo ser mais ou menos grave", concluiu.
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