Topo

Esse conteúdo é antigo

Covid-19: SP quer isolamento perto de 70% durante feriado, diz secretário

Do UOL, em São Paulo

19/05/2020 18h12Atualizada em 19/05/2020 19h21

A Prefeitura de São Paulo está otimista com o feriadão decretado hoje entre os dias 20 e 24 de maio como medida de combate ao novo coronavírus. A medida foi sancionada hoje pelo prefeito Bruno Covas (PSDB).

A avaliação foi feita hoje pelo secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, ao UOL Entrevista. De acordo com Aparecido, a sequência de dias pode ampliar a taxa de isolamento na cidade —na sexta-feira (15), segundo dados do Governo do estado, o índice foi de 47%.

"Normalmente, nos sábados, domingos e feriados, aumenta os índices de isolamento", disse o secretário. "No último sábado, tivemos índice de 53%. Se com os feriados chegarem a 65%, a 70%, seguramente vai ter impacto significativo em junho. Estamos tratando de junho. O impacto dessa medida será 15 dias para frente, Os modelos mostram isso, e todos estamos torcendo por isso."

Ainda segundo o secretário, é possível baixar a aceleração da curva do contágio neste período.

"Os modelos que analisamos, modelos matemáticos, (mostram que) as medidas desde 23 de março possibilitaram salvar 30 mil vidas em São Paulo. Pegamos a incidência da doença e o número de óbitos. Acreditamos que, em seis dias, possa ter queda na curva", projetou.

"A curva é crescente permanentemente. O que consigamos em determinados momentos é segurar a velocidade para que logo mais fique estável. Esse é o grande objetivo. Vamos ver o resultado dos índices de isolamento na terça (após o feriado) para ver quais outras medidas podemos tomar", acrescentou.

Possibilidade de lockdown

Questionado sobre a possibilidade de decreto de um bloqueio total da circulação de pessoas (lockdown) na capital paulista, Aparecido não entrou em detalhes, dizendo apenas que, se acontecer, precisa ser feito com base em um protocolo seguro. O convencimento da população, segundo o secretário, também é etapa importante.

"Na Europa, fizeram lockdown quando a doença passou a ser rosto. Quando era número, não tinha lockdown. O poder local passou a convencer a sociedade quando a doença passou a ter rosto, quando morreu parente, vizinho. Mas uma medida como essa precisa ser muito bem construída, é a última alternativa", opinou.

Ele também rejeitou a possibilidade de São Paulo decretar o bloqueio total isoladamente, sem adesão das demais cidades do estado. "Não, de forma alguma, de jeito nenhum. Aí é cometer um erro gravíssimo. Precisamos sentar com a polícia, o Ministério Público, a Justiça, a imprensa. Não é uma visão individual", disse Aparecido.

O secretário ainda afirmou que um plano de lockdown estadual "está na mesa, mas nunca foi detalhado" pelo governador João Doria (PSDB-SP). "Tem que aguardar que as medidas que foram adotadas possam produzir resultados positivos nos próximos 15 dias", completou.