Tempo mostrará que óbitos suspeitos eram de covid-19, diz secretário de SP
A Prefeitura de São Paulo está preocupada com a situação do novo coronavírus na cidade. E para o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, os números registrados até aqui seriam inferiores à realidade da pandemia.
Ainda hoje, o coordenador do Centro de Contingência ao Coronavírus em São Paulo, Dimas Covas, demonstrou preocupação ao afirmar que "o vírus está vencendo". Em participação no UOL Entrevista, Aparecido reforçou o alerta com o alto número de mortes causados pela covid-19.
"Nós temos um alto índice de contaminação e de óbitos. Em São Paulo, há mais de 40 dias, tomamos a decisão de também levar em conta os óbitos suspeitos para fazer o planejamento do enfrentamento da pandemia. De 17 de março, a 30 de abril, morreram 29 pessoas. No mesmo período deste ano, 2996 pessoas de síndrome respiratória aguda grave", disse.
Segundo o secretário, o tempo vai mostrar que esses óbitos suspeitos também eram "óbitos de covid-19". "A curva se acelera, mas o sistema de saúde na cidade está atuando na identificação de sintomáticos, fazendo o monitoramento deles. Hoje estamos antecipando internação no Hospital de Campanha do Anhembi para que não agrave a pessoa", anunciou.
'Megaferiado' não é o problema
Aparecido também defendeu o "megaferiado" sancionado hoje pelo prefeito Bruno Covas (PSDB-SP) para estimular o isolamento social na capital paulista. Apesar de criticada por prefeitos de cidades do litoral, que temem uma maior chegada de turistas neste período, Aparecido disse que o problema não é o feriado, e sim a pandemia.
"São Paulo tomou inúmeras atitudes: isolamento, decreto, rodízio, feriado. Mas sabemos que há cidades na Grande São Paulo em que o comércio não fechou, como se nada estivesse acontecendo. Tem cidade que não tem nenhum leito de UTI [Unidade de Terapia Intensiva] e o prefeito não fechou o comércio. O importante é que todos tomem a mesma medida", argumentou.
Ele ainda negou que a gestão esteja adotando uma tática de "tentativa e erro" quanto às estratégias para conter o avanço da pandemia na cidade. "Nós tiramos 1,5 milhão de carros da rua, esse é o resultado prático. Vamos ter o resultado [das medidas] nas curvas da semana que vem. O que temos de mortes hoje é o cenário de 15 dias atrás", rebateu.
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