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Cotado à Saúde compara isolamento a Nazismo e diz que 'todo mundo morre'

O psiquiatra Ítalo Marsili é um dos cotados para assumir o Ministério da Saúde após  demissão de Nelson Teich - Reprodução/Jovem Pan
O psiquiatra Ítalo Marsili é um dos cotados para assumir o Ministério da Saúde após demissão de Nelson Teich Imagem: Reprodução/Jovem Pan

Do UOL, em São Paulo

20/05/2020 15h28

Um dos cotados para assumir o Ministério da Saúde, o médico psiquiatra Ítalo Marsili criticou o isolamento social e comparou a medida, usada como medida de combate ao coronavírus, ao nazismo alemão.

"No regime nazista, uma corrente científica quis provar por A + B, segundo abstrações malucas, que uma raça era superior à outra e tinha possibilidade de dominar as demais raças. Então estava autorizado o domínio, a escravidão, o extermínio porque, entre aspas, a ciência disse algo sobre superioridade genética", disse hoje, em entrevista ao Pânico, da Jovem Pan. "Óbvio que não pode ser assim, porque existem elementos da realidade como moral, direitos humanos, valor à vida, que impedem isso".

Marsili negou que vá assumir a pasta da Saúde, mas disse que, se for ministro, adotará um modelo similar ao da Suécia para combater a covid-19 no Brasil, evitando o isolamento rigoroso da população.

"O modelo sueco não é o mais eficaz do ponto de vista epidemiológico, mas ele é mais eficaz do ponto de vista antropológico. A vida não pode parar. Morrer todo mundo morre. Tem uma possibilidade mínima de morrer, mas a letalidade do coronavírus é baixíssima. A gente vai ficar entrincheirado, acovardado até quando?", questionou.

"O modelo sueco é um modelo de coragem. Um ministro da Saúde que queira enfrentar bem a crise não pode olhar apenas para os artigos epidemiológicos e médicos. Ele tem que olhar para a vida afetiva das pessoas, para a vida financeira, para a economia. O nome disso é realidade e é a realidade que impera", opinou.

Ataques à imprensa e cloroquina

O médico mostrou-se irritado quanto à cobertura da imprensa nas questões políticas do país e criticou os veículos de comunicação brasileiros, em especial o jornalista Daniel Adjuto, da CNN Brasil.

Adjuto informou que Marsili não tem título de psiquiatria, informação posteriormente corrigida: "Foi um papelão da CNN. O Daniel Adjuto se enrolou, sujou a fraldinha, fechou a conta do Instagram, me bloqueou, não foi homem para mandar uma mensagem para mim pedindo desculpas porque errou, falando que na próxima vai ser menos otário, disparou.

Ele também mostrou alinhamento ao discurso do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) quanto ao uso da cloroquina como tratamento ao coronavírus: "O grande problema dessa droga é aumentar o intervalo QT na eletrocardiografia, que dá para a gente monitorar. Tem pacientes mais sensíveis, alguns pacientes podem tomar cloroquina e enfartar. Mas é uma pequena porcentagem que faz isso , soluções existem, mas tem que ter coragem para implementar", finalizou.