Opas diz que manterá ajuda ao Brasil após ameaça de Bolsonaro à OMS
Marcos Espinal, diretor de doenças transmissíveis da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) afirmou hoje, em conferência com a imprensa, que a organização seguirá trabalhando com o Brasil, apesar do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ter ameaçado retirar o Brasil da OMS (Organização Mundial da Saúde) após o fim da pandemia.
"Independentemente da 'coisa política', a organização continuará apoiando o Brasil, não vamos permitir que vacinas ou novos remédios deixem de chegar ao Brasil", declarou Espinal. "Temos facilitado a compra de 10 milhões de testes, temos feito capacitação de profissionais de saúde em Manuais", citou.
Para o secretário, o Sistema Único de Saúde (SUS) tem que ser o grande trunfo no combate ao novo coronavírus no Brasil. "O SUS é único, é uma joia que dá atenção primária a todo o país", disse. "Em uma epidemia de larga escala, o papel do SUS é vital", defendeu.
Na fala, Espinal ressaltou o papel do Brasil na produção de vacinas e no histórico de ajuda a outros países da região. "O Brasil tem uma longa tradição de cooperação com a OMS e a Opas e tem uma tradição de solidariedade e pan-americanismo."
Desafios do Inverno
A diretora da Opas, Carissa Etienne, alertou os países da América Latina para a chegada de dois novos desafios na luta contra a pandemia: o inverno, na América do Sul, e a temporada de furacões, na América Central e no Caribe.
Apesar de não haver evidências científicas suficientes para que se possa estabelecer uma relação entre as condições climáticas e a propagação do vírus, Carissa ressaltou a maior incidência de infecções respiratórias — como a influenza. Segundo ela, os sintomas semelhantes podem, inclusive, tornar o diagnóstico mais complicado.
"Este é um problema para pacientes, pois as doenças respiratórias os deixam em maior risco de infecção grave por covid-19. Também é um desafio para os sistemas de saúde já pressionados que terão de lidar com a carga dupla de uma pandemia de coronavírus", explicou.
Ela informou que, até ontem, foram registrados 3,3 milhões de casos do novo coronavírus nas Américas — o que corresponde a metade dos casos no mundo, segundo Carissa.
México, Costa Rica e Panamá têm apresentado uma aceleração grande na América Central, com aumento de transmissão na fronteira com a Nicarágua. No Caribe, a preocupação está sendo o Haiti.
Na América do Sul, Carissa destacou a escalada no número de casos no Brasil, Peru e Chile, além de ressaltar a situação da Venezuela.
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