Coronavírus: Últimas notícias e o que sabemos até esta terça-feira (9)
O Brasil chegou hoje a 38.406 mortes oficialmente registradas pelo Ministério da Saúde, que voltou a divulgar os dados totais acumulados da pandemia do novo coronavírus no país. De acordo com o governo, foram 1.272 novos registros de óbitos nas últimas 24 horas.
O dia também teve 32.091 novos casos confirmados da covid-19 no Brasil. Com isso, o total desde o início da crise sanitária já chega a 739.503 pessoas infectadas.
Ontem, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou que o governo retomasse a divulgação total no site de acompanhamento de casos da covid-19 do Ministério da Saúde.
Já os dados do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte, que apura com informações das secretarias estaduais de Saúde, indicam que o Brasil teve 1.185 mortes confirmadas nesse período. O total, porém, chegou a 38.947. O número é maior que o divulgado pelo governo federal.
Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.
O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes recentes de autoridades e do próprio presidente colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.
Ministro interino diz que governo não mudou dados
Depois da polêmica envolvendo a divergência no número de mortos em decorrência da covid-19 no Brasil, o ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello afirmou que o governo Bolsonaro não mudou dados, mas buscou "números reais" sobre os óbitos e casos na nova plataforma disponível no site do Ministério da Saúde.
"Os números nunca serão mudados. Estávamos buscando o número verdade para evitar a subnotificação e não buscar a hipernotificação", afirmou o interino durante a reunião do Conselho Ministerial hoje, em Brasília.
A principal crítica de Pazuello ao modelo de contagem anterior era contabilizar as mortes nos dias em que o registro do óbito era recebido, e não no dia em que a morte de fato ocorreu, o que aumentaria o número das mortes diárias. Um levantamento do Observatório Covid-BR, que reúne universidades de São Paulo, estimou que 61% das mortes por coronavírus levaram mais de dez dias para serem notificadas nos meses de março, abril e maio.
Na mesma reunião, o presidente Jair Bolsonaro disse que espera uma "reabertura mais rápida" das atividades econômicas e que o "pânico pregado por parte da grande mídia" vai acabar depois de a OMS (Organização Mundial de Saúde) ter divulgado ontem que a disseminação do coronavírus por pessoas assintomáticas é "muito rara".
A OMS, no entanto, alertou que há perigo de pessoas pré-sintomáticas transmitirem o vírus e avisou que os estudos sobre assintomáticos ainda não são muito abrangentes, informações omitidas pelo presidente. Hoje, o órgão reforçou que as pessoas sem o vírus estão transmitindo o vírus.
Em meio a divergências na condução do órgão com relação às informações sobre a covid-19, o chanceler brasileiro Ernesto Araújo propôs uma investigação, antes do fim da pandemia, sobre a conduta da OMS.
Comércio de rua na cidade de São Paulo reabre amanhã
A Prefeitura de São Paulo vai anunciar agora à tarde a reabertura do comércio de rua e das imobiliárias a partir de amanhã, segundo divulgou hoje o SP1, da Rede Globo. Shopping centers vão voltar a funcionar a partir de quinta-feira, e ainda há ajustes a serem feitos para a flexibilização da quarentena.
Todos os estabelecimentos poderão funcionar por um período máximo de quatro horas por dia e devem receber até 20% da capacidade total de seus clientes. Devem ser mantidas as regras de distanciamento e proteção individual, além do uso de álcool em gel.
Hoje, o estado de São Paulo chegou a 334 mortes e 150.138 casos oficiais de covid-19 nas últimas 24 horas - número mais alto desde o início da pandemia. O recorde anterior era de 327 vítimas da doença causada pelo novo coronavírus, registrado no dia 2 de junho.
Casos no Brasil são 10 vezes o notificado, diz estudo
Uma pesquisa brasileira adotada pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência) como referência de estudo científico indica que o número real de casos de covid-19 no Brasil é entre oito e dez vezes maior do que a quantidade de diagnósticos divulgada oficialmente pelo Ministério da Saúde. Como ontem, o país atingiu 707.412 casos segundo levantamento do consórcio de imprensa, o número estaria entre 5,6 milhões e 7 milhões, incluindo os assintomáticos.
A estimativa foi feita por uma equipe de pesquisadores do programa de pós-graduação em modelagem computacional da UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora) e do Cefet (Centro Federal de Educação Tecnológica) de Minas Gerais. A metodologia foi reconhecida pela revista "Chaos, Solitons & Fractals", da editora Elsevier, que publicou um artigo com o estudo e pela Abin, que solicitou que os pesquisadores enviassem ao órgão alguns estudos.
Rio recorre de decisão que suspendeu flexibilização
A prefeitura do Rio recorreu da decisão judicial que suspendeu a eficácia do decreto flexibilizando as regras de isolamento social. Na prática, foi suspensa a autorização emitida pelo prefeito Marcelo Crivella (Republicanos-RJ) para a reabertura de lojas de móveis e decoração e agências de automóveis, na capital, e a autorização concedida pelo governador Wilson Witzel (PSC-RJ) para reabertura de bares, restaurantes e shoppings centers, além de várias outras medidas.
O setor de bares e restaurantes tem sido um dos mais afetados durante a pandemia. Dados do SindRio (Sindicato de Bares e Restaurantes do Rio) estimam que cerca de mil estabelecimentos pararam de funcionar definitivamente na cidade devido à crise. O número representa 10% do total do setor na capital e pode ter afetado ao menos 20 mil empregos diretos.
AM: cidade com mais casos proporcionais fez testagem em massa
São Gabriel da Cachoeira (AM) realizou uma testagem em massa da população. A medida levou o munícipio a assumir, na semana passada, a liderança do ranking proporcional de diagnósticos de covid-19 no país. Em 21 dias (de 18 de maio a 8 de junho), a cidade mais indígena do Brasil (em torno de 96% da população) teve uma alta de 366 casos da doença para 2.299, o que dá uma média de 511 casos para cada 10 mil habitantes.
Ipea revisa projeção de queda do PIB de 2020
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revisou sua projeção para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020 para uma retração de 6,0%, ante a estimativa anterior de queda de 1,8%, feita no fim de março, segundo artigo publicado na "Carta de Conjuntura" do segundo trimestre, publicada nesta terça-feira, 9, no site do órgão.
Pedidos de seguro-desemprego sobem 53% em maio
Segundo o Ministério da Economia, os pedidos de seguro-desemprego no Brasil em maio subiram 53% sobre igual mês de 2019, alcançando 960.258 solicitações, num reflexo da crise do coronavírus sobre o mercado formal de trabalho. A maior parcela dos solicitantes do benefício no mês era composta de homens (58,7%), pessoas de idade de 30 a 39 anos (32,3%) e com ensino médio completo (61,4%).
Mapa mostra endereços com mais casos de covid-19
O LabCidade (Laboratório Espaço Público e Direito à Cidade) da FAU-USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo) criou um mapa interativo que permite encontrar os endereços onde estão os casos oficiais e as mortes provocadas pelo novo coronavírus em pessoas hospitalizadas na região metropolitana de São Paulo.
O mapa utiliza como base de dados o DataSus (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde), responsável por registrar casos hospitalizados de coronavírus e síndrome respiratória aguda grave, que incluí o endereço da pessoa hospitalizada, informação que é utilizada no mapa.
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