Secretário de BH rebate críticas e diz que Zema tem 'ódio pela população'
O secretário de Saúde de Belo Horizonte, Jackson Machado Pinto, usou palavras duras hoje para rebater as críticas do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), sobre as ações da capital mineira no combate à pandemia do coronavírus. Ontem, Zema disse que a cidade "não fez o papel esperado" na abertura de novos leitos de UTI.
"Eu não poderia deixar de passar a minha perplexidade com a postura de agressão gratuita que Belo Horizonte tem sofrido por parte do governador do estado de Minas", afirmou Pinto em entrevista à CNN Brasil. Segundo o secretário, a capital aumentou em mais de 400% a quantidade de leitos.
"Saímos de 296 leitos em março, sendo 82 de UTI e 114 de enfermaria, para 331 de UTI e 798 de enfermaria. Saímos de 296 para 1.129, e obviamente vamos comprar outros leitos na medida da necessidade", disse o secretário.
Minas tem visto nos últimos dias um aumento da tensão entre a gestão estadual e a administração municipal de Belo Horizonte, que tem o prefeito Alexandre Kalil (PSD) à frente. Ainda antes do atual aumento nos números da pandemia no estado, Zema já havia criticado Kalil por manter um isolamento social mais rigoroso na capital.
"Eu queria entender qual a razão de o governador demonstrar tanto ódio pela população de Belo Horizonte. A população de Belo Horizonte é tão mineira quanto os outros mineiros e esse ódio seria fomentado pelas ratazanas da política ou da politicagem, pelos parasitas da pandemia que só querem auferir ganhos políticos às custas do sofrimento alheio?", questionou Pinto.
"Queria saber porque o governador não nos deixa trabalhar em paz. Queria convocar o governador a olhar para o belorizontino assim como ele tem dito que olha para o resto do estado", acrescentou o secretário.
Idas e vindas na flexibilização
Jackson Machado Pinto também comentou sobre as medidas de isolamento em Belo Horizonte, que voltaram a ser mais rígidas após uma tentativa de flexibilização que resultou na intensificação da pandemia. Desde segunda-feira (29), apenas serviços essenciais podem funcionar na cidade.
Para o secretário, os retrocessos na reabertura já eram esperados. "As idas e vindas são programadas, é uma flexibilização já pensada com retorno também fechado, segundo a recomendação da Universidade de Harvard. Abrir e fechar para controlar a curva de crescimento da pandemia", explicou.
Perguntado se a cidade corre risco de colapso do sistema de saúde, Pinto minimizou a possibilidade de faltar atendimento a pacientes. "Corre (risco de colapso,) desde que não tomemos as medidas", concluiu o secretário.
Números da pandemia em BH
Segundo balanço da Secretária de Saúde municipal, até ontem a capital mineira havia registrado 144 mortes causadas pelo coronavírus, além de 6.571 casos confirmados da doença. Os leitos de UTI dedicados a pacientes da covid-19 tinham 85% de ocupação, enquanto os de enfermaria tinham 69% das vagas ocupadas.
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