Covid-19: SP coloca Vale do Ribeira em fase vermelha de plano de reabertura
Resumo da notícia
- Medida afeta 15 das 22 duas cidades da região no sul do estado
- Na última semana, municípios tiveram de 130,4% no número de diagnósticos
- Aumento no registro de óbitos por covid foi de 600%
- Franca, Ribeirão Preto e Piracicaba, as outras três regiões na fase vermelha, têm redução nas taxas de infecção e morte
Quinze dos 22 municípios da região do Vale do Ribeira, no sul do estado de São Paulo, foram incluídos hoje na fase vermelha do Plano São Paulo, em que apenas é permitido o funcionamento de serviços considerados essenciais. O anúncio foi feito no mesmo dia em que o governador João Doria (PSDB) alfinetou o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), a respeito de uma possível visita à região.
Conforme boletim do governo do estado, nos últimos sete dias, a região teve um aumento de 130,4% no número de casos confirmados da covid-19 e de 600% no número de óbitos em decorrência da infecção pelo novo coronavírus. Ao todo, concentra 3.323 diagnósticos e 70 mortes pela doença.
A reclassificação já vinha sendo cogitada nos últimos dias pelas principais autoridades paulistas. Ontem, o secretário Estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn esteve na região para monitorar a situação e visitar as unidades hospitalares. Marco Vinholi, secretário de Desenvolvimento Regional, e Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, também participaram do compromisso.
"Falamos sobre isso aqui na quarta-feira ao conversar com os jornalistas", lembrou Doria. "Ao lado desta medida, foram lançadas iniciativas para melhorar as condições de atendimento na região. Dez novos leitos de UTI foram destinados ao Vale do Ribeira, assim como equipamentos e outras necessidades demandadas pelas secretarias municipais de saúde das cidades do vale, especificamente em Registro", acrescentou.
A atualização do Vale do Ribeira, que vinha na fase amarela desde 10 de julho, foi a única reclassificação na atualização apresentada hoje pelo governo de São Paulo. As regiões de Franca, Ribeirão Preto e Piracicaba também estão na fase vermelha — no entanto, segundo Vinholi, as três "já têm uma melhora muito efetiva estabelecida ao longo do último período".
A etapa amarela permitia a reabertura de bares, restaurantes e salões de beleza com 40% da capacidade e expediente diário de até seis horas. Já a fase vermelha é de quarentena total, com abertura apenas dos serviços considerados essenciais, como de logística, abastecimento, saúde e segurança.
Patrícia Ellen, secretária de Desenvolvimento Econômico de São Paulo, reforçou que critérios como ocupação hospitalar, internações e óbitos pesaram na avaliação.
"Nós, sim, retrocedemos quando é necessário. É isso que estamos fazendo hoje com o Vale do Ribeira, que é a que está inspirando mais cuidados, infelizmente, nesta semana. Estamos atuando para proteger mais vidas", disse a secretária. "Atingimos quase 85% de ocupação de leitos na região. Tivemos também um aumento muito grande de internações e óbitos."
De acordo com o secretário Vinholi, o governo já começou a agir contra o cenário atual no estado, aumentando a capacidade hospitalar (com dez novos leitos na cidade de Registro e a possibilidade de abertura de mais dez) e aumento da capacidade de transporte de pacientes (com uma nova ambulância em Itanhaém, no litoral sul paulista).
O Plano São Paulo é dividido em cinco fases que vão do nível máximo de restrição de atividades não essenciais (vermelho) a etapas identificadas como controle (laranja), flexibilização (amarelo), abertura parcial (verde) e normal controlado (azul). Pelo plano, o estado foi dividido em 17 regiões (com a região metropolitana dividida em cinco sub-regiões), e cada uma delas é classificada em uma fase.
Regiões vermelhas
Se o Vale do Ribeira encara uma piora no cenário, as outras três regiões na fase vermelha — Franca, Ribeirão Preto e Piracicaba — vivem momentos mais animadores para o governo paulista. "Nós tivemos aqui, em todas elas uma melhora importante da pandemia, no que diz respeito a internações e óbitos", destacou Patrícia Ellen.
Em Franca e municípios vizinhos, um investimento de R$ 4 milhões anunciado na última segunda-feira viabilizou 30 novos leitos para a região — que teve uma redução de mais de 20% no número de óbitos nos últimos sete dias, além de estabilização nas internações. A ocupação de leitos é de 85%.
Na região de Piracicaba, a ocupação de leitos é de 77% e vem em redução - segundo a secretária Patrícia, "tendendo para uma estabilização de internações e óbitos".
Para Ribeirão Preto e cidades próximas, a redução de internações foi de 11%. O governo ainda destacou o aumento no número de leitos: de 6,3 para cada 100 mil habitantes, foi para 20 para cada 100 mil.
* Com informações da Agência Estado e da Agência Brasil
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