Uip: vazamento de receita de cloroquina foi inaceitável e trágico
O infectologista David Uip, que coordenou o entro de Contingência do Coronavírus de São Paulo, disse hoje que o vazamento da receita de seu tratamento de covid-19 com hidroxicloroquina foi um episódio inaceitável e que as ameaças que sua família recebeu na ocasião foram um dos maiores abalos em sua trajetória. "Minha história ficou mais complicada quando liguei para os meus filhos e ouvi meu netinho chorando: 'Vão matar meu avô'", afirmou o médico em entrevista à GloboNews.
Neste sábado (8), dia em que o Brasil atingiu a marca de 100 mil vítimas do coronavírus, Uip participou de debate no canal pago com os ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich.
Em abril, uma receita em nome de Uip veio a público, revelando que ele se tratava da covid-19 com hidroxicloroquina, medicamento sem eficácia comprovada para a doença defendido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
"Eu liderava o sistema de contingência de São Paulo e obviamente jamais falaria do meu protocolo. Se eu falasse que estava tomando o medicamento, as pessoas iriam às farmácias e tomariam de forma indiscriminada, com risco de efeitos adversos e sem acompanhamento", afirmou.
Uip comentou que colaborou com o Ministério da Saúde para a elaboração de protocolos para o uso de hidroxicloroquina. "Num primeiro momento, dávamos só para paciente já entubado. Num segundo, decidimos dar cloroquina para todos os internados, mas era uma decisão entre o médico e o indivíduo e isso tem que ser absolutamente respeitado", afirmou.
O médico disse que escolheu não divulgar qual era seu tratamento por um princípio ético. "Não se divulga resultado de um medicamento 'off label'", afirmou. Medicamento "off label" é o de uso testado e aprovado para outra doença, como é o caso da hidroxicloroquina, recomendada para o tratamento de pacientes com malária.
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