Topo

Esse conteúdo é antigo

Governo vê retrocesso da pandemia na cidade de SP: 'Está na descendente'

Movimentação das ruas de São Paulo durante a pandemia do novo coronavírus - Cesar Conventi / Estadão Conteúdo
Movimentação das ruas de São Paulo durante a pandemia do novo coronavírus Imagem: Cesar Conventi / Estadão Conteúdo

Felipe Pereira e Patrick Mesquita

Do UOL, em São Paulo

14/08/2020 13h40

O governo de São Paulo informou hoje que a capital do estado começou a entrar numa fase de declínio da pandemia de covid-19 nas mortes e internações. Esta inflexão é "evidente" nas palavras do secretário-executivo do Centro de Contingência ao Coronavírus, João Gabbardo.

"A capital é muito evidente para nós. Temos vários indicadores mostrando que ela [cidade de São Paulo] está na fase descendente. Quais são os indicadores? O primeiro deles é redução no número de pacientes internados. Isto é muito claro, muito evidente, que diminuiu o número de pacientes internados. Tanto que ficamos com os hospitais de campanha com ociosidade, alguns deles foram fechados e equipamentos realocados para outras instalações."

Gabbardo ainda mencionou a ocupação de leitos de UTI na capital, que está no menor nível desde que o Plano São Paulo foi lançado, em junho. Nos últimos três dias, a ocupação caiu para baixo dos 50% e nesta sexta está em 46,3%.

"Hoje, a oferta de leitos, de disponibilidade de leitos de UTI é a maior desde que iniciamos o Plano São Paulo. Nós nunca tivemos um percentual tão elevado de leitos não ocupados durante estes três meses de evolução do Plano São Paulo", declarou o secretário-executivo do Centro de Contingência ao Coronavírus.

A avaliação é corroborada pelo secretário de Saúde, Jean Gorinchteyn. Durante entrevista no Palácio dos Bandeirantes hoje, ele afirmou que acredita que o município entrou em um momento de inflexão.

"Quando a gente olha a Grande São Paulo, especialmente o município de São Paulo, já estamos num período de inflexão, já saímos desse platô", disse. "O estado de São Paulo, de forma geral, com a regressão gradual e progressiva do número de leitos e óbitos, também já revela essa saída do platô. Estamos ainda observando, ainda é cedo para se antecipar, mas isso é uma grande possibilidade, a luz no fim do túnel. As próximas semanas nos trarão essa informação para falarmos: 'saímos com segurança do platô'."

A média móvel de mortes está em 78 por dia. No ápice, 19 de junho, este número chegou a 111 óbitos por dia. O vice-governador do estado, Rodrigo Garcia (DEM), lembrou que o estado está no chamado platô há algumas semanas, mas que a capital já entra em uma fase de declínio.

"O estado de São Paulo está há algumas semanas no platô, e a cidade de São Paulo já está em declínio desse platô. Foi por isso a decisão do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), em fazer uma quarentena heterogênea no Plano São Paulo para tratar a pandemia de forma diferente nas mais variadas regiões de São Paulo", disse Garcia.

Apesar da análise, o governo paulista adota cautela e não afirma se a capital ou alguma outra cidade do estado poderá ser promovida para a fase verde do plano de reabertura gradual da economia. Uma nova reclassificação acontece na próxima sexta-feira.

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, disse ontem que a cidade registrou queda no número de mortes nas últimas nove semanas. Mas ele ressaltou que a capital continua em quarentena e pediu a manutenção dos cuidados.

SP chega a 3 milhões de testes

O governo de São Paulo anunciou hoje que o estado chegou a 3 milhões de testes para covid-19, de acordo com dados apresentados pelo vice-governador Rodrigo Garcia (DEM).

Em março, a média era de 1,3 mil exames diários. A marca chegou a 40 mil testes diários em julho.