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Comissão prevê dar parecer sobre 4ª vacina em teste no Brasil até quinta

Jorge Venâncio, coordenador do Conep, comentou vacina da Janssen-Cilag - Reprodução/YouTube
Jorge Venâncio, coordenador do Conep, comentou vacina da Janssen-Cilag Imagem: Reprodução/YouTube

Do UOL, em São Paulo

18/08/2020 14h17

O coordenador da Conep (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa), Jorge Venâncio, afirmou que já foi recebido o protocolo para pesquisa da vacina produzida pela Janssen-Cilag, que faz parte do grupo Johnson & Johnson. A Comissão funciona em paralelo com a Anvisa e um parecer deve ser dado entre amanhã e quinta-feira (20), para que se siga com a fase três dos estudos clínicos.

Hoje, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) permitiu que a farmacêutica Janssen-Cilag, da Bélgica, faça estudos clínicos do Brasil para o desenvolvimento de uma possível vacina contra covid-19.

Jorge explicou que a comissão de ética em pesquisa age de modo a garantir a segurança de quem participa dos testes. "O nosso objetivo é a proteção de quem participa da pesquisa, as pessoas que participam da pesquisa. A Anvisa tem como foco garantir que a pesquisa possa gerar uma aprovação da vacina, e o foco, portanto é o consumidor posterior", afirmou ele, à CNN. "São dois olhares diferentes, em paralelo."

Jorge estima que até no máximo quinta-feira a comissão dê seu parecer. Caso seja preciso de alterações, a empresa responsável precisa efetuar mudanças e submetê-las novamente, para que isso seja liberado — o que não permite dar um prazo para o início exato da fase três.

"Depende da aprovação. Se houver pendências a serem resolvidas, tanto no protocolo quanto nos termos de consentimento, vai depender do tempo de resposta do pesquisador. Tendo a resposta, teremos um parecer muito rapidamente. Acredito estarmos com essa questão resolvida até o fim da semana", disse o coordenador.

Jorge afirmou que vê como positiva a corrida de diversas empresas por uma vacina, já que, segundo ele, esse tipo de pesquisa tem baixa aprovação, normalmente.

"A corrida é muito positiva. Mas a taxa de sucesso em pesquisas com vacina é baixo. Segundo Oxford, está apenas em 6%. Claro que as que chegam à fase três, a taxa é maior, então, quanto mais vacinas estiverem sendo testadas, melhor para que se chegue a uma que efetivamente tenha segurança e eficácia necessárias", afirmou ele.

Mais sobre a vacina

Com a publicação no Diário Oficial da União e a análise da comissão coordenada por Venâncio, a expectativa é que a empresa inicie a fase 3 de testes em setembro. Os sete mil voluntários brasileiros serão recrutados nos seguintes estados: Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Paraná. Até o momento, não foram divulgados os resultados das fases 1 e 2.

A vacina, que recebeu o nome de Ad26.COV2.S, tem na sua composição um vetor recombinante, não replicante, de adenovírus tipo 26 (Ad26), construído para codificar a proteína S (Spike) do vírus Sars-CoV-2.

A vacina da Janssen-Cilag será a quarta estudada no Brasil. As imunizações da Universidade de Oxford, a do laboratório chinês Sinovac, e as desenvolvidas pela BioNTech e Wyeth/Pfizer já foram autorizadas pela Anvisa.