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Secretário de Saúde do DF é preso em operação por compra de testes da covid

Francisco Araújo foi preso preventivamente em operação que investiga superfaturamento na compra de testes para a covid-19 - Vinicius de Melo/Agência Brasília
Francisco Araújo foi preso preventivamente em operação que investiga superfaturamento na compra de testes para a covid-19 Imagem: Vinicius de Melo/Agência Brasília

Do UOL, em São Paulo

25/08/2020 07h42Atualizada em 25/08/2020 12h52

O secretário de Saúde do Distrito Federal, Francisco Araújo, foi preso na manhã de hoje em operação do MP-DFT (Ministério Público do Distrito Federal e Territórios) sobre irregularidades na compra de testes para a covid-19. Segundo a CNN Brasil, o chefe da principal pasta responsável pelo combate à pandemia do coronavírus foi preso em um apartamento na região noroeste de Brasília.

A prisão preventiva de Araújo faz parte das ações da segunda fase da Operação Falso Negativo. Mais seis mandados de prisão e outros 44 de busca e apreensão são cumpridos em mais seis estados do país: Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Mato Grosso e Rio Grande do Sul.

São investigados os crimes de fraude à licitação, lavagem de dinheiro, crime contra a economia, formação de organização criminosa, corrupção ativa e passiva.

Araújo está no cargo desde meados de março, quando foi nomeado pelo governador Ibaneis Rocha (MDB-DF) e assumiu a pasta ainda no início da pandemia. O secretário substituiu Osnei Okumoto e chegou credenciado por ser o diretor do Iges-DF (Instituto de Gestão Estratégica do Distrito Federal).

Segundo as investigações do MP-DFT, que são centralizadas pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), as irregularidades cometidas na Saúde do Distrito Federal podem ter gerado um prejuízo de até R$ 18 milhões aos cofres públicos.

Procurada pelo UOL, a Procuradoria-Geral de Justiça do MP-DFT não quis revelar os nomes dos presos por conta do sigilo do processo. De acordo com a Globonews, outras cinco pessoas ligadas à Secretária de Saúde foram presas preventivamente. São elas:

  • Ricardo Tavares Mendes - ex-secretário adjunto de Assistência à Saúde do DF
  • Eduardo Hage Carmo - subsecretário de Vigilância à Saúde do DF
  • Eduardo Seara Machado Pojo do Rego - secretário adjunto de Gestão em Saúde do DF
  • Jorge Antônio Chamon Júnior - diretor do Laboratório Central do DF
  • Ramon Santana Lopes Azevedo - assessor especial da Secretaria de Saúde do DF

Prisões "desnecessárias" e afastamento

O governador Ibaneis se manifestou após as prisões e classificou toda a operação do MP-DFT como "desnecessária", justificando que os servidores "sempre estiveram à disposição das autoridades para esclarecer quaisquer fatos".

No entanto, Ibaneis anunciou o afastamento dos funcionários da cúpula da Secretaria de Saúde.

"Não resta outra atitude da minha parte a não ser afastar preventivamente os acusados, com o único intuito de não paralisar os importantes serviços prestados à sociedade do Distrito Federal pela Secretaria de Saúde, em especial neste momento de pandemia", afirmou o governador em nota.