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Privatização do SUS seria insanidade e nunca esteve em análise, diz Guedes

Segundo Paulo Guedes, houve uma interpretação equivocada do decreto de Jair Bolsonaro, que o revogou ontem - Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
Segundo Paulo Guedes, houve uma interpretação equivocada do decreto de Jair Bolsonaro, que o revogou ontem Imagem: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Antonio Temóteo

Do UOL, em Brasília

29/10/2020 11h45Atualizada em 29/10/2020 14h16

A privatização do SUS (Sistema Único de Saúde) nunca esteve em análise no governo e seria uma insanidade, disse o ministro da Economia, Paulo Guedes.

Segundo ele, houve uma interpretação equivocada do decreto presidencial que permitia estudos para parcerias entre os setores privado e público para construção e administração de UBS (Unidades Básicas de Saúde). Após a repercussão negativa, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) revogou o decreto.

Guedes afirmou que a pandemia do coronavírus mostrou a importância de o Brasil ter um sistema descentralizado de saúde, nos moldes do SUS.

Segundo ele, o país possui obras paralisadas para construção de mais de quatro mil unidades de saúde que poderiam ser usadas para enfrentar a pandemia e as necessidades da população.

"O SUS mostrou a decisiva importância de se ter um sistema descentralizado de atendimento de saúde. E isso ficou claro durante a crise. Seria um contrassenso falar em privatizar o SUS. Eu garanto que jamais esteve sobre análise a privatização do SUS. Isso seria uma insanidade", disse.

A ideia com o decreto, afirmou Guedes, era estudar a possibilidade de o setor privado assumir as obras, a compra de equipamentos e o governo pagasse as consultas por meio de um voucher.

Mandetta 'animador de televisão'

Também hoje, Paulo Guedes afirmou que o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), é animador de televisão e inconsequente.

As declarações de Guedes foram uma resposta às críticas de Mandetta, que afirmou que não teve apoio do Ministério da Economia no combate ao coronavírus.

Segundo Guedes, desde o início do combate ao coronavírus o Ministério da Economia liberou recursos para o Ministério da Saúde,

O ministro da Economia também disse que Mandetta tinha problemas de gestão e não conseguia fazer um bom trabalho de logística para entregar aparelhos e medicamentos para os diversos estados.

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.