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Como estão os planos de vacinação contra a covid-19 em outros países

Ampolas da vacina da Pfizer contra a covid-19 - Divulgação
Ampolas da vacina da Pfizer contra a covid-19 Imagem: Divulgação

Carolina Marins

Do UOL, em São Paulo

08/12/2020 04h00

O Reino Unido começou hoje a vacinar os seus idosos e profissionais de saúde contra o novo coronavírus, se tornando o primeiro país do mundo a imunizar contra a doença. Ontem, o governo de São Paulo anunciou o seu próprio plano de imunização que deve começar em 25 de janeiro do ano que vem — embora ainda precise da aprovação da Anvisa.

Quase um ano depois de a China notificar a Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a ocorrência de uma síndrome respiratória de causa desconhecida, alguns países sinalizam que estão cada vez mais próximos de uma vacina. Ao menos 200 imunizantes estão sendo estudados no mundo todo e algumas dezenas se mostram promissores.

Além de Reino Unido e São Paulo, França, Rússia e outros países já apresentaram seus planos de vacinação para o fim deste ano ou início do ano que vem. Veja a situação pelo mundo:

Reino Unido

O dia V — de vacinação e de vitória, como classificou o ministro da Saúde britânico Matt Hancock — começa nesta terça-feira para os maiores de 80 anos, profissionais de saúde que trabalham na linha de frente e funcionários e moradores de casas de repouso. Serão aplicadas cerca de 800 mil doses nesta primeira semana.

A vacina é da Pfizer/BioNTech, considerada a mais promissora até o momento com seus 95% de eficácia. Porém, está fora do perfil para o Brasil devido a exigências logísticas e de armazenamento. Para manter sua eficácia, a vacina precisa ser conservada a -70ºC.

Com mais de 61.000 mortes, o Reino Unido é o país da Europa mais afetado pela pandemia e o quinto do mundo em número de mortes confirmadas por covid-19, superado por Estados Unidos, Brasil, Índia e México.

China

O país onde a doença começou tem ao menos cinco vacinas muito promissoras na corrida. Como o país não está mais em fase de transmissão comunitária da doença, suas vacinas estão sendo testadas em outros países, incluindo o Brasil.

Ainda não há uma data prevista para um programa de vacinação, mas as farmacêuticas chinesas empenhadas no desenvolvimento de uma vacina já fizeram aplicações em "centenas de milhares" de pessoas de fora dos ensaios clínicos.

Até agora, apenas a Sinopharm disse em novembro que solicitou a aprovação final para o uso de sua vacina. Outras foram aprovadas para uso de emergência em pessoas consideradas com alto risco de infecção.

Em junho, a CanSino recebeu autorização para vacinar militares, enquanto a Sinovac e CNBG receberam autorização para vacinar grandes populações no país fora dos ensaios clínicos em andamento. Ao menos 90% dos funcionários da Sinovac já foram vacinados, informou a empresa.

Rússia

Na semana passada, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou que o país comece logo sua campanha de imunização em massa contra a doença. A ordem foi dada em uma videoconferência poucas horas depois do Ministério da Saúde do Reino Unido anunciar o início do seu plano.

Já no sábado, o país começou a vacinar os trabalhadores de Moscou considerados mais expostos ao vírus. Setenta centros de vacinação foram abertos na capital russa, com serviço inicialmente destinado a assistentes sociais, pessoal médico e professores.

A Sputnik V foi a primeira vacina registrada no mundo, em agosto, porém ainda em fase 3 de testes. Putin elogia a vacina e diz que uma de suas filhas já a tomou. Por enquanto, o país não tem planos de importar imunizantes de outros países.

Na ONU, o ministro da Saúde russo Mikhail Murashko disse que mais de 100 mil pessoas foram vacinadas com Sputnik V. A vacina também deverá ser produzida na Índia e na Coreia do Sul. Segundo informou Putin, mais de 2 milhões de doses da Sputnik devem ser produzidas.

Estados Unidos

Apesar das promessas do presidente Donald Trump, os Estados Unidos não tiveram uma vacina antes das eleições. Mas já não parece estar mais tão distante de ter ao menos uma aprovação.

A agência reguladora americana ainda não aprovou nenhuma das vacinas em teste no mundo. Porém, a BioNTech/Pfizer já enviou a sua candidata para análise da FDA em meados de novembro. Segundo a emissora americana CNN, o comitê de vacinas da agência deverá se reunir no próximo dia 10 para discutir autorizações.

Canadá

Hoje, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, anunciou que o país terá até 249.000 doses vacina Pfizer até o fim do ano. Assim como o Reino Unido, o país vai priorizar os residentes e funcionários de casas de repouso.

As primeiras doses chegarão a algumas das províncias mais afetadas em números de casos e mortes, como Alberta, Manitoba, Ontário e Quebec. A distribuição para as províncias será feita per capita, ou seja, cada uma receberá doses em números proporcionais à sua parcela da população.

A vacina no entanto ainda não foi aprovada pela agência reguladora do país, a Health Canada. Segundo a imprensa local, funcionários da agência já sinalizaram que ela está perto de completar sua avaliação de eficácia e segurança e a aprovação pode acontecer ainda nesta semana.

França

A França também já apresentou um plano de vacinação que deve começar em janeiro com os grupos de risco em casas de repouso. O plano é vacinar 1 milhão de pessoas em janeiro e 14 milhões em fevereiro.

O país está apenas esperando a aprovação regulatória da Agência Europeia de Medicamentos. Segundo informou o primeiro-ministro francês, Jean Castex, o país já encomendou mais de 200 milhões de doses de diferentes empresas farmacêuticas, o suficiente para inocular 100 milhões de pessoas.